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Novo líder da Metro do Porto antecipa "ciclo de crescimento" da rede
"Necessário, sustentável e virtuoso". Assim classificou Pedro Azeredo Lopes o investimento na rede de metropolitano. Os passes mais baratos já terão convencido 30 mil a trocar o transporte individual pelo coletivo.
Pedro Azeredo Lopes, recém-nomeado administrador da Metro do Porto, falou esta sexta-feira, 5 de abril, de "um novo ciclo de crescimento" para a empresa, a propósito do lançamento dos concursos públicos para a construção da nova linha Rosa e a expansão da linha Amarela do metropolitano.
O novo gestor da empresa de transportes acredita que os cerca de 307 milhões de euros que serão aplicados na infraestrutura que vai unir a Casa da Música/Boavista à Praça da Liberdade/São Bento e também a propagação da linha de Gaia para lá de Santo Ovídio, servindo Vila D'Este, é "um investimento necessário, sustentável e virtuoso".
Deverão entrar ambas em funcionamento em 2022. E para o sucessor de Jorge Delgado – o antigo administrador da empresa foi para secretário de Estado das Infraestruturas nesta última remodelação governamental –, este "novo ciclo de crescimento" representará "maior coesão social na Área Metropolitana do Porto", gerando externalidades e unindo os principais polos hospitalares e estudantis.
A cerimónia teve lugar esta manhã na estação Campo 24 de Agosto, no Porto, e contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa, o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e o líder da Área Metropolitana do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues.
A construção da Linha Rosa pressupõe 2,8 quilómetros de linha totalmente subterrânea e quatro novas estações: Casa da Música, Galiza, Hospital de Santo António e São Bento. O autor é o mesmo da primeira fase do metro: o arquiteto da terra, Eduardo Souto Moura.
Já a linha que une Gaia ao Hospital de São João deixará de ter como estação terminal Santo Ovídio e vai chegar a Vila d'Este. Além desta estação, onde vai ser construído um Parque de Material e Oficina, a obra contempla as paragens de Manuel Leão e Hospital Santos Silva, somando 3,2 quilómetros para sul à Linha Amarela do metropolitano.
Passes mais baratos atraem 30 mil "ex-automobilistas"
No lançamento destes concursos, o presidente da Área Metropolitana do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, estimou que desde 20 de março, quando foi permitida a aquisição dos novos passes na região, os descontos implementados já convenceram 30 mil pessoas a trocar o transporte individual pelo coletivo.
"Se precisássemos de algum indicador para mostrar que aquilo que estamos a fazer não é um vapor ou um ato isolado, bastaria este para mostrar que o sucesso é garantido e que muitos destes 30 mil são idosos que passaram a poder sair de casa e muitos passaram a deixar o carro em casa e a utilizar o transporte público. Se isto acontece no primeiro mês, o que aí virá pela frente?", questionou o também autarca de Gaia.
Sobre o arranque das obras para a expansão da rede de metro, Eduardo Vítor Rodrigues sublinhou que "não são eventos efémeros", mas fazem parte "de uma estratégia consolidada" que inclui o Programa de Apoio à Redução Tarifária, que trouxe passes únicos com um valor máximo de 40 euros mensais.
Segundo a Metro do Porto, os novos trajetos vão servir mais de 33 mil pessoas e o orçamento supera os 307 milhões de euros (107 milhões dos quais provenientes de fundos comunitários). A estes números juntam-se os 56,1 milhões de euros para manutenção e compra de 18 novas carruagens nos próximos cinco anos.