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Há sete anos que não se andava tanto de comboio em Portugal

É preciso recuar ao segundo trimestre de 2011 para encontrar um número tão elevado de passageiros nos comboios. A maioria é da CP que, recentemente, tem sido alvo de críticas pelo serviço que realiza.

20 de Setembro de 2018 às 13:12
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37,5 milhões de passageiros. Foi este o número de pessoas que andaram de comboio no segundo trimestre deste ano, segundo os dados divulgados esta quinta-feira, dia 20 de Setembro, pelo Instituto Nacional de Estatística. De acordo com a série histórica do INE, este é o valor mais elevado desde o segundo trimestre de 2011, período em que viajaram 38 milhões de passageiros nos comboios em Portugal. De realçar que o segundo trimestre de 2011 foi marcado pelo pedido de ajuda financeiro de Portugal.

Este marco é alcançado depois de vários trimestres em que a circulação de passageiros na ferrovia - cujo serviço é maioritariamente fornecido pela Comboios de Portugal (CP) - foi recuperando gradualmente. Desde o terceiro trimestre de 2014 que isso acontece. De Abril a Junho deste ano, o número de passageiros a andar nos comboios acelerou e alcançou o valor trimestral mais alto dos últimos sete anos. 

"No 2º trimestre de 2018, o número de passageiros transportados por modo ferroviário cresceu 4,2% [em termos homólogos] (+3,2% no 1ºT), a que correspondeu um total de 37,5 milhões", assinala o INE no destaque sobre a Actividade dos Transportes de Abril a Junho, referindo que "este resultado reflecte uma continuidade no andamento positivo iniciado no 3º trimestre de 2014". 
Desagregando o tráfego conclui-se que foi o transporte suburbano de passageiros, onde circulam a maior parte das pessoas, que fez a diferença no segundo trimestre de 2018. Este foi o único tipo de tráfego a evoluir de forma positiva nesse período, acelerando 5,1% (3,5% no primeiro trimestre). No total foram transportados 33,4 milhões de passageiros nos comboios suburbanos.

Já o tráfego interurbano derrapou 2,2% para 4,1 milhões de passageiros e o tráfego internacional decresceu 11,6% para os 64,9 mil passageiros.

Comparando com 2011, a composição do tráfego é semelhante. A maior parte correspondia a comboios suburbanos (34,1 milhões de passageiros), seguido de 3,9 milhões de passageiros nos interurbanos e apenas 36 mil nos comboios internacionais. Este último aumentou, mas continua residual.

A Comboios de Portugal tem estado na agenda mediática nos últimos meses por causa das queixas dos utilizadores. Em Agosto houve cancelamentos, atrasos e incapacidade da manutenção, sendo visível a degradação do serviço e os constrangimentos à operação. A procura, como mostram os números do INE, tem aumentado, o que pressiona mais a CP que não tem capacidade financeira de resposta. 

Apesar desta situação, segundo o Eurobarómetro realizado em Janeiro e Fevereiro, os portugueses são dos europeus mais satisfeitos com a qualidade da ferrovia nacional. Estão entre os que menos utilizam o comboio, mas quando o fazem parecem ficar satisfeitos. Sobre o serviço em si, o índice de satisfação coloca Portugal em quinto lugar, apenas atrás da Irlanda, do Reino Unido, do Luxemburgo e da Áustria. Sobre o transporte em si, os portugueses são os terceiros mais satisfeitos, superados apenas pelos irlandeses e os austríacos.
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