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Governo admite falta de comboios no verão

Apesar das medidas tomadas na área de manutenção, o Governo não nega que, tal como no ano passado, o próximo verão não possa também ficar marcado por deficiências no serviço ferroviário.

18 de Maio de 2019 às 12:07
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O ministério das infraestruturas, agora liderado por Pedro Nuno Santos, admite que, apesar das medidas tomadas na área de manutenção, "podem verificar-se perturbações no funcionamento regular durante esse período".

 

Em respostas por escrito enviadas ao Expresso, o ministério reconhece que "A CP/EMEF tem insuficiências ao nível do pessoal e do material circulante que não podem ser resolúveis no curto prazo".

 

Entretanto, o Sindicato Ferroviário da Revisão e Comercial Itinerante (SFRCI) suspendeu, esta sexta-feira, 17 de maio, o pré-aviso de greve marcada para segunda e terça-feira depois de o Governo ter acordado "a contratação de trabalhadores operacionais" e outras áreas necessárias da CP.

 

Em comunicado, o SFRCI adianta que, na sequência de uma reunião com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, "em concertação com o Ministério das Finanças, com vista à manutenção de um processo de diálogo e concertação laboral", ficou acordado entre as partes "a contratação de trabalhadores operacionais da área comercial e outras áreas necessárias à operação da CP - Comboios de Portugal", entre outras matérias.

 

Nesse sentido, o SFRCI "decidiu suspender o pré-aviso de greve em vigor para os dias 20 e 21 de maio, por considerar que estão estabelecidas as condições indispensáveis para a manutenção de uma plataforma de entendimento, que se pretende estável e duradoura", conclui o sindicato.

 

A greve abrangia os revisores, trabalhadores de bilheteiras e outros funcionários da CP -- Comboios de Portugal.

 

A paralisação nacional tinha sido convocada para protestar contra o "incumprimento de dois acordos que o Governo fez com este sindicato, o primeiro em setembro de 2017, que visava recrutar 88 trabalhadores para a área comercial e que ainda não está concretizado", disse no final de abril à Lusa o presidente do SFRCI.

 

A outra promessa que o SFRCI afirma não ter sido concretizada é "a negociação do acordo coletivo de trabalho, que tem 20 anos, e que deveria ter sido finalizado até 30 de setembro".

 

Hoje, também em comunicado, o Governo tinha anunciado que "está a analisar e desenvolver um conjunto de medidas" para responder às necessidades operacionais e de pessoal da CP, reafirmando a "prioridade na ferrovia" como forma de promover a mobilidade.

 

Os ministérios das Finanças e das Infraestruturas e da Habitação, em comunicado conjunto, afirmaramm que o Governo reconhece "a importância da ferrovia enquanto instrumento imprescindível de mobilidade" e está "a analisar e desenvolver um conjunto de medidas com vista a corresponder às necessidades -- operacionais e de recursos humanos -- do transporte ferroviário CP".

 

A prestação do serviço ferroviário "ficará assente num contrato de obrigações de serviço público que, ainda em 2019, consagre um serviço de qualidade e seguro assente, entre outros aspetos, na existência de uma tripulação mínima de dois agentes nos comboios de transporte de passageiros (um maquinista e um agente de acompanhamento com as qualificações profissionais necessárias para as funções)", segundo o Executivo.

 

O Governo adiantou que "este compromisso com a qualidade do serviço público será reforçado através da estabilização dos recursos humanos necessários à atividade, nomeadamente com a autorização imediata da contratação de trabalhadores da área comercial e de outras áreas necessárias à operação da CP até ao final do mês de junho, que permita reduzir o número de horas suplementares hoje realizadas, acomodar as saídas definitivas de trabalhadores e promover a segurança e a qualidade do trabalho".

 

Em paralelo com este processo, "iniciou-se já no passado mês de abril um processo negocial com vista à celebração de um novo acordo de empresa e regulamento de carreiras que traga melhores condições aos trabalhadores desta empresa", referiram os ministérios, o comunicado.

 

"O Governo reafirma, assim, a prioridade na ferrovia como ator fundamental na promoção da mobilidade da nossa população", adiantaram.

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