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Fernando Medina: “Carris não voltará a acumular dívida”

O presidente da Câmara de Lisboa garante que nos próximos anos será feito um esforço grande para que as pessoas possam confiar no transporte público. Fernando Medina assegura que serão feitos investimentos e que a Carris será financeiramente equilibrada.

01 de Fevereiro de 2017 às 12:14
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O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, salientou esta quarta-feira, 1 de Fevereiro, dia em que município assumiu a propriedade e a gestão da Carris, que "vai mudar muito na vida da empresa e na vida dos lisboetas".

O autarca garantiu que será feito um "forte investimento na Carris, em mais autocarros, mais motoristas, mais eléctricos, mais redes e passes mais baratos", mas garantiu que a empresa de transporte público "não voltará, como no passado, a acumular dívida".


"Ao longo dos próximos anos vamos fazer um grande  esforço para mudar o transporte público, para que pessoas possam confiar no transporte público e para que o transporte público seja em Lisboa o que é noutras cidades desenvolvidas, o dorsal do sistema de mobilidade", afirmou Fernando Medina.

O presidente da Câmara de Lisboa explicou que "não vai acontecer tudo no imediato" , mas que "serão progressivamente introduzidas melhorias", de forma a que dentro de três anos a cidade possa ter "transportes públicos que funcionem a horas, com mais qualidade , mais previsibilidade, mais conforto e que sejam mais acessíveis para os lisboetas".

"Ao longo dos próximos anos mais melhorias vão acontecer", garantiu o autarca, sublinhando que o sistema da Carris será integrado com o sistema de parques de estacionamento dissuasores que estão a ser construídos pela Câmara, em que está previsto que os preços sejam simbólicos. 

"Está prevista a articulação com a rede de bicicletas partilhadas, a criação de mais corredores 'bus' e faixas dedicadas a linhas de alto desempenho nas principais vias de distribuição de mobilidade a cidade, para permitir que transporte público seja mais rápido e mais eficaz", frisou.

Fernando Medina destacou ainda que está prevista a reorganização das linhas da Carris, num conceito de rede de bairro, em que "cada bairro terá uma linha que  fará uma ligação constante e continua entre o mercado, a farmácia , supermercado, a escola, todas as grandes equipamentos de utilização colectiva".

Com a passagem da Carris para a município, a autarquia assegura este ano ao financiamento da empresa com uma verba de 15 milhões de euros do fundo de mobilidade urbana, mas Fernando  Medina garante que esse valor "pode oscilar, pode ser adaptado em função das" necessidades".


Como sublinhou, "é necessário financiamento  suficiente para que a Carris possa fazer investimentos , mas a Carris não voltará a acumular dívida".


"Queremos uma empresa financeiramente equilibrada", realçou, acrescentando que "até agora os défices da Carris eram financiadores pelo Orçamento do Estado , através dos impostos de todos os portugueses e a partir de hoje a Câmara de Lisboa é que vai assegura as necessidades de financiamento".


"O município de Lisboa liberta o resto do país dos encargos que estavam a suportar com a Carris", afirmou.


Sobre o pedido de apreciação parlamentar do PCP ao decreto-lei do Governo que determinou a passagem da Carris para o município, Fernando Medina garantiu que "não compromete o projecto que a Câmara tem para a empresa".

"O PCP já teve oportunidade de esclarecer que o pedido de apreciação parlamentar não põe em causa  a passagem da Carris para a Câmara de Lisboa e tem a ver com a preocupação de manutenção na esfera pública da Carris", afirmou o autarca, salientando que essa é "também a nossa visão".

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