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Concessão por mais tempo, mais taxas e 7 mil milhões em dívida. Como a ANA vai pagar o aeroporto

A ANA diz que o novo aeroporto de Lisboa "implicará um investimento de capital sem precendentes". O financiamento será um mix, prevendo mais taxas aeroportuárias e uma concessão por mais tempo.

ar/AP
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A ANA apresentou ao Governo uma estimativa de custo para o novo aeroporto de Lisboa que ascende a 8,5 mil milhões de euros. Assegura que não haverá custos diretos para o Estado, mas para pagar a infraestrutura quer rever os prazos da concessão, rever as taxas aeroportuárias, mas também terá de obter muitos milhares de milhões de euros nos mercados internacionais.

"O orçamento de construção estimado pela ANA para o novo aeroporto de Lisboa totaliza 8,5 mil milhões de euros (a valores de 2024)", refere o relatório inicial entregue pela concessionária há um mês ao Governo. Entretanto, o Executivo já deu a resposta, dentro do prazo previsto, solicitando a apresentação da proposta.

A ANA nota que a "construção do novo aeroporto de Lisboa implicará um investimento de capital sem precendentes", sendo que para suportar este encargo, e na premissa de "evitar qualquer compromisso financeiro por parte do Estado português", serão necessárias várias fontes de financiamento.

Precisará de "mobilizar massivamente os fluxos de caixa operacionais", mas também de "levantar mais de sete mil milhões de euros em dívida corporativa", um valor que "só será possível se associado a um rating de investment grade que dependerá não apenas do balanço da ANA, mas também do apoio indireto" do Grupo Vinci.

"Para assegurar o reembolso do investimento e a sustentabilidade económica da concessão, sem apoio financeiro público", a ANA propõe que seja feita a "introdução de um aumento anual progressivo das taxas aeroportuárias no Aeroporto de Lisboa de 2026 a 2030". E diz que mesmo com a subida das taxas, os valores em Lisboa continuaram "dentro da faixa dos valores praticados em aeroportos comparáveis na Europa".

Além disso, o prazo da concessão também terá de ser revisto. A ANA pede a "extensão da duração da concessão por mais 30 anos, para permitir a amortização do investimento no novo aeroporto de Lisboa".

Na resposta do Governo, tanto o tema das taxas como do prazo da concessão ficam abertos à discussão. O Executivo diz que "não abdicará de discutir com a concessionária" o "modelo financeiro, nomeadamente no que diz respeito aos pressupostos de alteração de taxas aeroportuárias, da extensão da concessão e da partilha de riscos".

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