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Bruxelas veta fusão entre Daewoo e Hyundai
Com a aquisição da Daewoo, a Hyundai passaria a deter 60% da quota de mercado na construção naval e o domínio no mercado de transporte de gás natural liquefeito. Comissária Europeia para a Concorrência anuncia decisão numa altura em que disparam os preços da energia na Europa
A Comissão Europeia chumbou a aquisição da Daewoo pela Hyundai por violar as regras da concorrência, anunciou esta quinta-feira Margrethe Vestager, Comissária Europeia para a Concorrência.
A fusão entre as duas empresas da Coreia do Sul estava avaliada em cerca de 1,7 mil milhões de euros e a intenção da Hyundai seria passar a ser um dos maiores construtores navais do mundo. Caso o negócio fosse aprovado a Hyundai passaria a deter o monopólio da construção naval com 60% da quota de mercado.
A decisão da Comissão Europeia acontece numa altura em que os preços da energia na Europa estão a aumentar sendo que, atualmente as duas empresas rivais Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering e a Hyundai Heavy Industries já são importantes fornecedores de navios para a União Europeia e representam cerca de 30% da procura global por navios de carga.
A decisão de Bruxelas passa também pelo receio do domínio do mercado de transporte de gás natural liquefeito, numa altura em que escalam os preços da energia na Europa.
"Esta é uma decisão muito rara" sublinha Vestager durante a conferência de imprensa, lembrando que "na última década, apenas dez fusões de empresas foram vetadas" num total de "três mil autorizações".
A Comissão Europeia foi notificada da intenção da fusão das empresas a 12 de novembro de 2019, tendo sido, posteriormente, analisada levantando logo dúvidas a Bruxelas que exigiu que as empresas apresentassem soluções para cumprir com as leis da concorrência.
Nessa altura, a Hyundai propôs não aumentar os preços dos navios de transporte de gás natural liquefeito, mas não convenceu Bruxelas.
A fusão já foi aprovada por reguladores em Singapura, China e Cazaquistão, mas para que o negócio fosse concluído seria necessária a aprovação de Bruxelas, do Japão e da Coreia do Sul.