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Assistente de condução da Tesla estava activado no acidente fatal na Califórnia

A Tesla confirmou que o carro modelo X acidentado nos Estados Unidos, e que provocou a morte do seu condutor, tinha activado o sistema de piloto automático

Reuters
31 de Março de 2018 às 20:06
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A Tesla confirmou, novamente, que o carro acidentado na Califórnia na semana passada tinha accionado o seu software AUtopilot, que permite autonomia do carro em algumas funções, e garante que o condutor foi alertado várias vezes, antes da colisão numa auto-estrada, que estava a incorrer em perigo de segurança.

De acordo com um comunicado emitido pela Tesla,no que diz ser uma actualização face à informação já veiculada, a empresa de Elon Musk diz que o condutor foi avisado antes da colisão para colocar as mãos no volante. 

Depois de aceder aos dados de condução, a Tesla explica que "nos momentos anteriores à colisão, que ocorreu às 9:27 horas de 23 de Março (horas locais), o Autopilot foi accionado com um controlo de distância escolhido para a margem mínima. O condutor recebeu vários alertas visuais e um de audío para colocar as mãos no voltante, mas as suas mãos não foram detectadas no volante durante seis segundos antes da colisão. O condutor teve cinco segundos e 150 metros de visibilidade do separador central no qual embateu, mas não foi feita qualquer interacção".

Mas a Tesla aproveita para dizer que a razão pela qual o acidente foi tão grave não se justifica apenas por isto, mas também pelo facto do separador estar danificado por causa de um acidente anterior, e não ter sido reparado. Um separador reparado tende a reduzir o impacto, diz em comunicação.

"Nunca vimos danos desta dimensão num Model X em acidentes anteriores", garante ainda a Tesla, que atira ainda um com um número: "Há mais de um ano, a primeira versão do Autopilot foi referenciada pelo Governo norte-americano como permitindo uma redução dos acidentes em cerca de 40%. Dados internos confirmam que as actualizações recentes do Autopilot melhoraram a fiabilidade do sistema".

A Tesla diz ainda que se nos Estados Unidos existe um acidente em cada 86 milhões de milhas percorridas por todos os veículos, o indicador para a Tesla, incluindo acidentes com peões, é um em cada 320 milhões de milhas em veículos com o Autopilot. Ou seja, "se conduz um Tesla equipado com o Autopilot, será 3,7 vezes menos provável que se veja envolvido num acidente mortal". Por isso adverte, que só os acidentes que acontecem são conhecidos, não se sabendo os que foram evitados. "as consequências do público não usar Autopilot por um crença irrónea de que é menos seguro será extremamente grave. Há a nível mundial 1,25 milhões de mortes em acidentes com carros, mas, diz a Tesla, "se os níveis de segurança actuais da Tesla fossem aplicados, significaria poupar 900 mil vidas em cada ano". 

E por isso, face à desconfiança com estes acidentes dos carros autónomos e de condução automática, a Tesla diz: "esperamos que os níveis de segurança dos carros autónomos sejam superiores em 10 vezes face aos carros não autónomos".

Só que estes acidentes são testes também para os reguladores. Segundo o Financial Times, o regulador dos transportes norte-americanos já veio dizer que está a investigar o acidente com o Model X na auto-estrada 101, que liga São Francisco a Silicon Valley. Inicialmente foi difícil perceber se o sistema Autopilot estava accionado, devido aos danos significativos no carro. 

Elon Musk tem promovido o sistema de assistência em viagem, dizendo que a tecnologia é capaz de fazer quase toda a condução, o que, segundo o FT, foi visto como estando a sugerir que a Tesla controlava a tecnologia dos carros autónomos. O primeiro acidente envolvendo um carro com a tecnologia Autopilot aconteceu há dois anos na Florida, com um Tesla Model S. 

Por isso este acidente junta-se às questões levantadas com a tecnologia, depois também de um teste da Uber com um carro autónomo ter matado um peão no Arizona. Vídeos têm mostrado que o condutor que estava a testar o carro não olhou para a estrada durante cinco segundos. E por isso os testes no Arizona, que tem sido dos estados mais permissivos para testar estas tecnologia, foram suspensos de forma imediata. 

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