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Assessores já facturaram 10 milhões com swaps do Estado
Os ajustes directos divulgados pela Metro de Lisboa revêem em alta os cálculos sobre gastos em assessoria financeira e jurídica neste caso por parte das quatro empresas de transportes e outras entidades públicas, noticia o Público.
Os gastos com assessores do Estado no caso dos swaps ascende já a dez milhões de euros, segundo os cálculos feitos pelo jornal Público, publicados esta segunda-feira, 14 de Março, na sequência da divulgação dos encargos com os ajustes directos feitos pela Metro de Lisboa desde Agosto de 2013, no valor de 4,1 milhões de euros.
A disponibilização deste montante pago pela Metro de Lisboa aponta para a duplicação do valor apurado nos primeiros cálculos sobre os gastos em assessoria financeira e jurídica. O encargo global das quatro empresas de transportes com estes assessores foi de 8,4 milhões de euros, sendo que a Metro de Lisboa é responsável por 48,5% dos custos – pagos à Cardigos, Lipman Karas, J.C. Rathbone e 3 VB. Já a Metro do Porto suportou perto de 3,3 milhões de euros, a STCP – Sociedade de Transportes Colectivos do Porto – 673,8 mil euros e a Carris 336,9 mil euros.
No entanto, as adjudicações feitas a assessores alargam-se a outras entidades públicas, segundo o mesmo jornal. Por exemplo, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública pagou 556,3 mil euros – aqui está incluído também o valor pago à consultora Stormharbour para avaliar os swaps –, a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças suportou 529 mil euros e a Secretaria Regional do Plano e Finanças pagou 190 mil euros à sociedade de advogados Cardigos para acompanhar o caso da Madeira.
A polémica dos swaps reacendeu-se no início de Março a com a divulgação da decisão do tribunal de Londres, que veio dar razão ao Santander em nove contratos de cobertura de risco de taxa de juro celebrados com a Metro de Lisboa, a Carris, a Metro do Porto e a STCP. Segundo adiantou o Negócios, o Santander reclamou junto do tribunal o pagamento de 272,56 milhões de euros.
Os detalhes da condenação serão divulgados pelo tribunal britânico até 23 de Março, sendo que em aberto está a possibilidade de o Estado português ter de suportar também os encargos que o banco teve com assessorias externas. O valor ainda está por apurar, mas numa troca de correspondência com a Metro de Lisboa, o escritório britânico Lipman Kara sustentava que os honorários que estava a pedir (650 mil euros) eram menores do que o montante entre 2,6 e 5,2 milhões de euros que o Santander previa gastar neste processo.