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Única forma de mitigar preços altos do combustível é otimizar consumo, diz CEO da TAP

"O que podemos fazer enquanto companhia aérea é o que a maioria delas estão a fazer, que é otimizar o consumo de combustível, bem como procurar os melhores parceiros. É a única forma que temos de mitigar este risco, porque não dá para controlar [o preço] do combustível", afirmou Christine Ourmières-Widener, em entrevista à Lusa

Nuno Veiga / Lusa
12 de Janeiro de 2022 às 17:47
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A presidente executiva da TAP disse hoje à Lusa que a única forma que as companhias de aviação têm de mitigar o impacto da subida dos preços dos combustíveis é otimizar o consumo e procurar parceiros que vendam mais barato.

"O que podemos fazer enquanto companhia aérea é o que a maioria delas estão a fazer, que é otimizar o consumo de combustível, bem como procurar os melhores parceiros. É a única forma que temos de mitigar este risco, porque não dá para controlar [o preço] do combustível", afirmou Christine Ourmières-Widener, em entrevista à Lusa, quando questionada sobre o impacto da crise energética na operação da TAP.

Segundo a responsável, os custos com combustível estão incluídos no plano de reestruturação da companhia aérea, aprovado em dezembro pela Comissão Europeia, como um "grande risco".

"Na indústria da aviação, temos subidas e descidas e a maior parte do tempo temos de nos preparar para estes temas -- como o do combustível -- para o pior, e é por isso que estamos a equipar a nossa equipa financeira com mais capacidade, com mais despesa para o combustível", explicou a CEO.

Adicionalmente, prosseguiu, a TAP está também a "trabalhar" com os pilotos, no sentido de utilizar ferramentas que permitem perceber quando é que é possível utilizar menos combustível, em determinados voos. "Não é fácil, não é fácil de todo", admitiu a responsável.

Em Portugal, os primeiros sinais da crise energética europeia fizeram-se sentir no anúncio de aumentos violentos dos combustíveis, levando o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a fazer um outro prognóstico, citando pareceres da Comissão Europeia: a inflação energética deve estabilizar e arrefecer com a chegada da primavera, no final do primeiro trimestre do próximo ano.

Atualmente a viver o período com preço de gasóleo e gasolina mais caros dos últimos três anos, Portugal viu em meados de outubro, pela primeira vez, o preço de venda ao público de um combustível ultrapassar a barreira dos dois euros por litro em alguns postos de abastecimento das áreas de serviço nas autoestradas.

Face aos sucessivos aumentos semanais dos preços dos combustíveis, surgiram nas redes sociais apelos a um boicote ao abastecimento, com os camionistas a admitirem também aderir aos protestos.

Com o descontentamento a subir de tom, o Governo decidiu compensar a subida dos preços dos combustíveis com a devolução aos comercializadores de um montante que atinge os 90 milhões de euros (63 milhões pelo IVA arrecadado e 27 milhões de euros pelo arredondamento do alívio do Imposto sobre Produtos Petrolíferos - ISP).

A escalada do preço dos combustíveis tem motivado preocupação, alertas e protestos nos mais diversos setores da economia portuguesa, da metalurgia e metalomecânica ao transporte de passageiros e de mercadorias e da agricultura à distribuição, pedreiras, madeira e mobiliário.

As associações representativas dos vários setores têm avisado que a situação se está a tornar insustentável para as empresas, perspetivando aumentos nos preços finais dos produtos e reclamando a descida das taxas e impostos sobre os combustíveis e a energia.
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