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TAP vai encerrar Manutenção e Engenharia no Brasil

A TAP anunciou esta quarta-feira que a sua participada ME Brasil não aceitará novos pedidos para prestação de serviços de manutenção e que com a conclusão dos serviços que estão neste momento contratados encerrará a sua atividade.

A taxa de carbono que é receita do Fundo Ambiental pode financiar ações fora do setor da aviação.
Miguel Baltazar
12 de Janeiro de 2022 às 14:57
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A TAP anunciou esta quarta-feira que decidiu encerrar as operações da Manutenção e Engenharia (ME) Brasil, na sequência do plano de reestruturação aprovado pela Comissão Europeia a 21 de dezembro passado, que entre outras medidas exigiu a venda dessa participada.

Em comunicado, o grupo liderado por Christine Ourmières-Widener salientou que a medida "não interfere na operação de transporte aéreo de passageiros" no Brasil, o seu principal mercado exterior que representa entre 25% e 30% da receita da empresa.

Segundo explica, nesta fase os serviços de manutenção referentes a aeronaves já contratados e/ou em andamento serão realizados normalmente, de acordo com os contratos entre a TAP ME e seus clientes, mas a ME Brasil não aceitará novos pedidos para prestação de serviços de manutenção.


"Somente a partir da conclusão dos serviços de manutenção em andamento ou daqueles já contratados é que a TAP ME encerrará suas atividades", diz ainda o grupo.

Em dezembro, quando aprovou o plano de reestruturação da TAP e uma ajuda estatal de 2.550 milhões de euros, Bruxelas exigiu contrapartidas, como a cedência de 18 "slots" e a venda das participações que detém na Groundforce, Cateringpor e na Manutenção e Engenharia Brasil.

Esta empresa tem gerado 
milhões de euros de perdas para a TAP ao longo dos anos, tendo já sido posta à venda e sido objeto de reestruturações. 

Decisão tomada após falharem tentativas de venda 

Em declarações à agência Lusa, a presidente executiva da TAP disse que encerrar o negócio da ME Brasil "não é uma decisão fácil", porque envolve 500 trabalhadores, mas foi tomada após tentativas falhadas de venda.

"Não é uma decisão fácil, porque estamos a falar de pessoas, mas estamos a tentar fazer tudo para garantir que esta decisão e a sua implementação é feita respeitando os nossos trabalhadores, a experiência que eles têm em engenharia e toda a lealdade que têm para com a companhia", afirmou Christine Ourmières-Widener.

Segundo a responsável, a ME Brasil tem atualmente 500 trabalhadores, após várias reestruturações que incluíram despedimentos, estando no ativo pouco menos de 400. As discussões com os sindicatos no Brasil arrancam esta quarta-feira.


"É uma decisão absolutamente consistente com o plano de reestruturação - temos sido muito diligentes no sentido de assegurar que assim é - nós tentámos vender, mas a indústria está a atravessar uma crise massiva", disse a presidente executiva, adiantando que foram feitas algumas tentativas de venda do negócio de manutenção no Brasil, no ano passado, "mas não foram bem-sucedidas".

"Chegámos à solução que temos em cima da mesa hoje, depois de considerar todas as outras opções antes", garantiu à Lusa, acrescentando que apesar de difícil, é uma decisão "crítica" para o sucesso do plano de reestruturação.

Notícia atualizada às 15:17 com declarações da CEO da TAP à agência Lusa

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