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TAP: Prioridade continua a ser recuperar empresa após saída de administradores

Uma fonte adiantou à Lusa que o Governo vai criar uma exceção para que Humberto e David Pedrosa se possam manter na administração da TAP, mas, até que isso aconteça, tinham que renunciar aos cargos.

Miguel Baltazar
01 de Outubro de 2020 às 17:42
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O Conselho de Administração da TAP disse hoje manter a prioridade de recuperar a TAP, numa mensagem aos colaboradores a que a Lusa teve acesso, na sequência do anúncio da renúncia de Humberto e David Pedrosa aos cargos na administração.

"Endereçamos o nosso agradecimento e reconhecimento ao Humberto [Pedrosa] e ao David [Pedrosa] por todo o profissionalismo, visão e comprometimento com a nossa TAP. Mantêm-se firmes as nossas prioridades: garantir a retoma operacional de modo seguro e sustentável e reestruturar para recuperar a TAP", lê-se na mensagem do Conselho de Administração da transportadora aérea.

Em causa está o anúncio de que Humberto e David Pedrosa apresentaram, na quarta-feira, a renúncia aos cargos de presidente e vogal, respetivamente, na TAP e nas demais sociedades do Grupo TAP onde exercem funções de administração.

Numa nota publicada hoje na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a TAP adianta que o motivo das renúncias prende-se com eventuais implicações, em avaliação, nas atividades desenvolvidas pelo Grupo Barraqueiro, da prevista reorganização da participação acionista na TAP, SGPS do Estado Português.

Uma fonte ligada ao processo contactada pela Lusa esclareceu que, uma vez que a TAP se tornou uma empresa pública quando o Estado passou a deter 72% do seu capital, poderá haver conflito de interesses por ter administradores que também o são em empresas privadas que têm contratos com o Estado.

O Grupo Barraqueiro, liderado por Humberto Pedrosa, acionista da TAP, tem também, por exemplo, um contrato de subconcessão do Metro do Porto com o Estado, para o período 2018-2025.

Outra fonte adiantou à Lusa que o Governo vai criar uma exceção para que Humberto e David Pedrosa se possam manter na administração da TAP, mas, até que isso aconteça, tinham que renunciar aos cargos.

Na sequência da renúncia, o acionista único da TAP, a TAP, SGPS elegeu José Manuel Silva Rodrigues e Alexandra Vieira Reis para as funções de vogal do Conselho de Administração da TAP, em ambos os casos para o período remanescente do mandato em curso (triénio 2018-2020).

Alexandra Margarida Vieira Reis assumirá também as funções de vogal da Comissão Executiva da TAP.

Relativamente à TAP, SGPS e às sociedades por esta maioritariamente participadas, Humberto e David Pedrosa foram também substituídos, respetivamente, por José Manuel Silva Rodrigues e Alexandra Margarida Vieira Reis.

"O Senhor David Humberto Canas Pedrosa continuará a colaborar com a TAP, em concreto no processo de reestruturação, mantendo o Grupo Barraqueiro o seu compromisso com o Grupo TAP enquanto seu acionista de referência", é referido na nota.

O Jornal Eco dá hoje conta que, segundo informações de fonte próxima ao processo, o Governo escolheu a multinacional norte-americana Korn Ferry, especializada em recrutar diretores e presidentes no mundo inteiro, para levar a cabo o processo de recrutamento para os cargos de topo da companhia aérea, incluindo o novo presidente executivo. Segundo adianta, a empresa tem 45 dias para o fazer.
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