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Neeleman já saiu da TAP e Estado já tem 72,5%

Foi concretizada esta sexta-feira, 2 de outubro, a saída de David Neeleman da transportadora aérea portuguesa, bem como o reforço do Estado.

Mário Cruz/Lusa
02 de Outubro de 2020 às 18:03
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A TAP anunciou, em comunicado à CMVM, que o Estado português reforçou a sua posição de 50% para 72,5% na transportadora aérea, no âmbito do seu empréstimo remunerado a favor do grupo TAP, que foi anunciado em julho.

 

O Estado português adquiriu uma participação de 22,5% na TAP ao consórcio Atlantic Gateway, que deixa assim de ser acionista da companhia aérea.

 

O consórcio Atlantic Gateway era parcialmente controlado pelo investidor David Neeleman, que se demitiu do cargo de administrador da TAP e agora efetiva a sua saída.

 

A holding HPGB torna-se agora acionista direta da TAP SGPS. Segundo o comunicado, procedeu-se à "amortização da quota detida pela HPGB na Atlantic Gateway contra o recebimento de ações representativas de 22,5% do capital social e direitos de voto da TAP SPGS e de determinadas prestações acessórias realizadas pela Atlantic Gateway, deixando a Atlantic Gateway de ser acionista da TAP SGPS e passando a HPGB a deter uma participação direta na TAP SGPS".

 

"Mais se informa que, no âmbito das operações, o senhor David Gary Neeleman apresentou a sua renúncia ao cargo de vogal do Conselho de Administração da TAP, a qual produz efeitos na presente data", refere o documento.

 

Neeleman "apresentou igualmente a sua renúncia aos demais cargos por si assumidos na estrutura diretiva das restantes entidades que compõem o Grupo TAP, incluindo na TAP SGPS, produzindo as referidas renúncias efeitos na presente data", acrescenta o comunicado da empresa atualmente liderada por Ramiro Sequeira.

 

Recorde-se que o empréstimo do Estado à TAP tem estipulado um montante até 946 milhões de euros, ao qual poderá acrescer um montante adicional de 254 milhões de euros, sem que, contudo, o Estado Português se encontre vinculado à sua disponibilização.

 

Adicionalmente, foi celebrado um conjunto de instrumentos contratuais conexos com o contrato de financiamento, entre o Estado Português, os acionistas privados (diretos e indiretos) da TAP SGPS e o Grupo TAP, "tendo em vista a concretização das operações oportunamente comunicadas ao mercado e ao público em geral no dia 17 de julho de 2020", sublinha o comunicado divulgado na CMVM.

Humberto Pedrosa também saiu

Humberto Pedrosa, presidente da Barraqueiro e acionista privado da TAP, renunciou ontem ao cargo de presidente do conselho de administração da TAP S.A., assim como o seu filho David Pedrosa, do cargo de vogal.
 

A TAP explicou que o motivo das renúncias se prendia com "eventuais implicações, em avaliação, nas atividades desenvolvidas pelo Grupo Barraqueiro, da prevista reorganização da participação acionista na TAP SGPS do Estado Português".

Humberto Pedrosa e o seu filho abandonaram então os cargos na administração da TAP por dúvidas quanto a possíveis incompatibilidades devido ao novo estatuto de empresa pública da TAP - por via da atual posição de 72,5%. Mas o afastamento poderá ser temporário. O objetivo, sabe o Negócios, é regressar à companhia aérea assim que essas dúvidas estejam esclarecidas.

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