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TAP continua no radar da Air France-KLM
A companhia aérea garante que continua a olhar para a TAP estado a acompanhar a situação em Portugal, bem como o processo de venda da ITA à concorrente Lufthansa que está a ser investigado pela Comissão Europeia.
A Air France-KLM continua a olhar com interesse para a compra da TAP estando a aguardar os desenvolvimentos após a tomada de posse do futuro novo Governo. A garantia foi dada esta quinta-feira pelo CEO da empresa, Benjamin Smith, numa conferência telefónica no âmbito da apresentação dos resultados de 2023.
"Vai haver um novo Governo em Portugal e o processo está em "stand by", lembrou o gestor. "Estamos a acompanhar, mas não há nada de novo a acrescentar", referiu. Benjamin Smith disse ainda que devido a esta situação, das eleições, nao têm "muita visibilidade no timing em que processo vai avançar".
E apesar de considerar que o grupo IAG acaba por te vantagens competitivas, devido à localização de Portugal e à forte presença da TAP no Brasil, assegura que a companhia aérea portuguesa continua a ser "muito atrativa" para a Air France.
Com a demissão de António Costa e a marcação de novas eleições legislativas, para 10 de março, o processo de privatização da TAP ficou suspenso. O caderno de encargos que estava a ser elaborado previa a venda da maioria do capital. Uma posição que o líder da AD, Luís Montenegro, também defende. Já o candidato pelo PS e antigo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, tem defendido que o Estado deveria manter uma posição maioritária para garantir a manutenção do hub.
Além da Air France-KLM, a IAG (dona da Iberia) e a Lufthansa também já manifestaram interesse em entrar na corrida pela TAP, no seguimento da vaga de consolidação no setor a nível europeu.
Questionado se teria interesse em voltar a olhar para a compra da ITA (sucessora da Alitalia) e sobre o impacto que a investigação em curso poderá ter, Benjamin Smith disse que está a acompanhar a situação.
No início do ano a Comissão Europeia lançou uma investigação aprofundada à compra de 41% da companhia aérea italiana de bandeira ITA Airways pela alemã Lufthansa por recear que o negócio afete a concorrência no setor aéreo na União Europeia.
Air France volta a ter capitais próprios positivos
A companhia aérea fechou 2023 com lucros de 900 mil euros, permitindo um retorno a capitais próprios positivos pela primeira vez desde 2019.
No ano passado, o Grupo Air France-KLM registou uma taxa de ocupação de 87%, o que impulsionou o aumento em 14% do volume de negócios para 30 mil milhões de euros face ao ano anterior.
O lucro operacional superou os 1,7 mil milhões de euros, tendo a margem operacional aumentado 1,2 pontos percentuais para 5,7%.
"Em 2023 cumprimos nosso compromisso em alcançar um sólido desempenho operacional e financeiro, ao mesmo tempo que mantivemos a nossa posição como companhia aérea de referência em sustentabilidade", disse o CEO da empresa.
O gestor aproveitou ainda para sublinhar o "pedido histórico de 50 Airbus A350 com direitos de compra para quarenta aeronaves adicionais, acelerando assim a renovação da nossa frota com as mais recentes aeronaves de última geração que oferecem maior eficiência de combustível, menores emissões de CO2 e ruído e uma melhor experiência para nossos clientes", apontou. Uma operação que, segundo Benjamin Smith "confirma a nossa posição como líder mundial na utilização de combustível de aviação sustentável, demonstrando a nossa determinação em redobrar esta aposta fundamental para alavancar a descarbonização".