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Plano de contenção de custos não tira TAP do radar da Air France
A Air France-KLM assegura que dependendo das condições da privatização, a TAP continua a ter interesse em termos estratégicos para o grupo. Prejuízos de 314 milhões no primeiro semestre e evolução abaixo do esperado das receitas vão levar a empresa a avançar com medidas de cortes de custos.
O grupo Air France-KLM registou resultados abaixo do esperado no primeiro semestre deste ano, o que vai levar a empresa a avançar com medidas de contenção de custos, incluindo novas contratações. Porém, esta situação não irá impactar a eventual compra da TAP, assegurou Benjamin Smith, CEO do Air France-KLM, na conferência telefónica com jornalistas no âmbito dos resultados do primeiro semestre.
"Em termos estratégicos, e dependendo das condições de venda (como o preço), a TAP continua a ser interessante para nós", referiu, acrescentando que não tiveram qualquer novidade sobre o processo.
No primeiro semestre, o grupo transportou 46,6 milhões de passageiros, um aumento de 5,2% que contribuiu para o crescimento das receitas em 5,3% para 14,6 mil milhões de euros. Porém, os custos também aumentaram, impulsionados pela subida dos preços dos combustíveis, tendo levado o grupo a registar prejuízos de 314 milhões de euros. Na mesma altura do ano passado, tinha tido lucros de 275 milhões.
Olhando só para os resultados do segundo trimestre, o grupo alcançou lucros de 165 milhões, uma queda de 73% face ao período homólogo que tinha sido uma dos melhores de sempre. Resultados que os responsáveis da empresa admitem ser "desapontantes".
"O segundo trimestre de 2024 confirmou um ambiente cada vez mais desafiador para a aviação, com aumento dos preços dos combustíveis e uma pressão contínua sobre os custos", começou por destacar Benjamin Smith, CEO do Air France-KLM. Neste contexto, a KLM e a Transavia apresentaram um desempenho estável, mas lento, enquanto a Air France foi ainda impactada por eventos excepcionais, incluindo o efeito negativo dos Jogos Olímpicos em Junho".
Face aos resultados, os responsáveis revelaram que o grupo já avançou com medidas para responder a esta situação, incluindo o congelamento de contratações e cortes adicionais de custos. "No entanto, o gestor garante que "o grupo mantém os seus principais investimentos na renovação da sua frota, o que é uma alavanca estratégica para melhorar o desempenho financeiro e ambiental".
Apesar dos desempenho nestes primeiros meses do ano, Benjamin Smith está confiante que a Air France vai cumprir os objetivos estabelecidos a médio e longo prazo. "No futuro, continuaremos a executar a nossa estratégia e a implementar o nosso plano de transformação.O nosso modelo de negócio é robusto e resiliente, e continuamos confiantes na nossa capacidade de atingir os nossos objetivos de médio e longo prazo, nomeadamente através da alavancagem dos nossos fortes ativos e da nossa posição competitiva única", concluiu.