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Startup dos EUA recebe apoio para projecto de avião supersónico

Os voos em aviões supersónicos de passageiros, que acabaram há mais de uma década com o Concorde, receberam impulso da Japan Airlines, que decidiu investir 10 milhões de dólares na Boom Technology, uma startup do Colorado, nos EUA.

Japan Airlines
09 de Dezembro de 2017 às 18:00
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A Japan Air também adquiriu uma opção de compra de até 20 dos aviões que a Boom está a desenvolver, revelaram as duas empresas. A companhia aérea asiática é a segunda empresa a anunciar a intenção de adquirir o avião supersónico da Boom, depois da Virgin Atlantic, pertencente ao bilionário Richard Branson, o ter feito.

 

A Boom pretende construir um avião com entre 45 e 55 assentos que voa a uma velocidade Mach 2,2 (cerca de 2.335 quilómetros por hora) – capaz de transportar passageiros de Nova Iorque a Londres em cerca de três horas. O Concorde, operado pela British Airways e pela Air France, foi reformado em 2003 após quase três décadas em actividade porque os clientes abandonaram estes jactos devido aos altos custos operacionais.

 

"É um sinal para o resto do ecossistema de que o interesse dos clientes por este avião é real", disse o CEO da Boom, Blake Scholl, em entrevista. A empresa está bem capitalizada, mas "o investimento não tem a ver com o dinheiro, e sim com o simbolismo e o significado do dinheiro" para o sector de aviação.

 

Projectos

O avião, que deve começar a operar em meados da próxima década, terá uma autonomia de 4.500 milhas náuticas (8.334 quilómetros), mais ou menos o equivalente à distância entre Pequim e Londres.

 

A fabricante de aviões ainda está a estudar onde montará o seu modelo supersónico. A empresa planeia publicar no primeiro trimestre um pedido de propostas para a sua fábrica, que criará "milhares de empregos", segundo Scholl. A Boom escolherá um lugar no fim do próximo ano, e provavelmente as instalações estarão prontas no fim de 2019 ou 2020.

 

A Boom, que afirma que um voo de São Francisco a Tóquio poderá ser realizado em cinco horas e meia, já fechou um acordo com a Spaceship, a divisão de fabrico da Virgin Galactic, para usar os serviços de engenharia, design e apoio para testes de voo da empresa.

 

Concorde

 

No Concorde, passageiros com dinheiro podiam atravessar o Atlântico ao dobro da velocidade do som entre 1976 e 2003. Depois de o jacto supersónico ter sido aposentado por causa dos custos e das reclamações do barulho, a General Electric, a Lockheed Martin, a Nasa e algumas startups, entre elas a Boom, passaram a estudar novos designs e tecnologias que poderiam ressuscitar os voos supersónicos comerciais.

 

Em Novembro, a Boom contratou Bill James, ex-executivo da Airbus que dirigiu o design das asas do superjumbo A380 como vice-presidente de operações de produção. A empresa tem negociando a venda do avião com cerca de 20 companhias aéreas.

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