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Saída de Carlos Pereira da comissão da TAP? Costa "só deseja que comissão faça o seu trabalho"

O primeiro-ministro recusa tecer comentários sobre a saída do deputado socialista Carlos Pereira da comissão de inquérito que está a decorrer sobre a TAP, após várias polémicas, alegando que quer apenas que se "apure toda a verdade".

EPA
14 de Abril de 2023 às 14:14
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O primeiro-ministro recusou comentar se o Partido Socialista (PS) ficou fragilizado com a saída do deputado Carlos Pereira da comissão de inquérito à TAP, afirmando apenas que o seu único desejo "é que esta faça o seu trabalho". 

"O que é importante para o país é que as instituições vão funcionando com toda a estabilidade. A Assembleia da República tem como função fiscalizar a ação do governo e, portanto, se há uma comissão de inquérito é importante que ela desenvolva a sua atividade e que aguardemos pelas conclusões porque é assim que uma democracia madura funciona. Aquilo que desejo é que esta comissão parlamentar, como qualquer outra, apure toda a verdade e que se tirem as consequências que houver a retirar", afirmou aos jornalistas, à margem da assinatura de um protocolo com a fundação Repsol. 

Carlos Pereira anunciou que vai deixar todas as suas funções como coordenador dos deputados do PS na comissão de inquérito à TAP após ter sido noticiado que lhe foi perdoada uma dívida pela Caixa Geral Depósitos (CGD). A polémica hoje divulgada, que se segue à divulgação de que esteve presente numa reunião entre a CEO da companhia aérea e membros do Governo na véspera de uma audição parlamentar a Christine Ourmières-Widener, terá levado à decisão, que justificou com a necessidade de "proteger os resultados a apurar na Comissão de Inquérito e salvaguardar os superiores interesses do Partido Socialista".

"Governo não deve interferir no dia a dia das empresas"
Questionado sobre se tinha conhecimento sobre o encontro entre a CEO da TAP e membros do governo, António Costa reforçou que não e sublinhou que "o governo não deve interferir no dia a dia das empresas".

"As empresas públicas são tituladas pelo Estado mas têm de ter uma gestão empresarial, ao Estado compete fixar as orientações estratégicas, aprovas planos de atividade, avaliar execução e depoistar confianaça nas adminstrações", afirmou, dando como exemplo positivo a relação entre Governo e CGD. "O relacionamento que o Estado tem é exemplar", disse.

É preciso "dar confiança e serenidade" à nova administração da TAP
Luís Rodrigues assume os comandos da companhia aérea esta sexta-feira, sucedendo a Christine Ourmières-Widener, demitida há mais de um mês na sequência da polémica indemnização a Alexandra Reis.

Agora, considera o primeiro-ministro, o importante é "dar confiança e serenidade à nova administração para que cumpra a sua função". 

O líder do Executivo afirma que o importante é "lançar tão breve quanto possivel o processo de reprivatização de forma a que seja ultrapassada esta dramática crise que a empresa enfrentou, fruto da pandemia". 

"O Conselho de Ministros irá aprovar muito brevemente a resolução que desencadeia o processo de avaliação na sequência do qual, nos termos da lei das privatizações, será aprovado o decreto-lei que define os termos concretos da privatização. Tudo isso ocorrerá muito brevemente. Se estará concluido até ao final do ano? Não posso garantir, mas garanto que não será a pressa a prejudicar os interesses estratégicos do país, nem a proteção do melhor interesse dos contribuintes", conclui.
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