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Ryanair: Em que casos não tenho direito à indemnização?
A Ryanair está a cancelar cerca de 50 voos todos os dias até ao final de Outubro, estando Lisboa e Porto entre os aeroportos afectados. A Direcção-Geral do Consumidor divulgou informações sobre os direitos que os passageiros têm nestas circunstância.
Além do reembolso no prazo de sete dias ou do reencaminhamento "sem qualquer acréscimo de pagamento", os passageiros afectados pelos cancelamentos na Ryanair podem ter direito a uma indemnização, que está dependente de vários factores. Em comunicado, a Direcção-Geral do Consumidor (DGC) explica os casos em que não há direito a essa compensação.
O direito à indemnização depende do prazo de aviso da companhia aérea. Se o aviso tiver sido feito duas semanas antes do voo marcado, essa compensação não está prevista. Assim, os clientes avisados na segunda-feira, 18 de Setembro, e que por exemplo só tenham voo a partir de 9 de Outubro estão excluídos.
Se o passageiro tiver sido informado entre duas semanas e sete dias antes do voo, sendo oferecido um reencaminhamento até duas horas antes da partida, o passageiro também não tem direito a indemnização. Há contudo uma condição: o novo voo tem de chegar ao destino final até quatro horas depois do inicialmente programado.
Se o aviso tiver sido feito com menos de sete dias e a oferta de reencaminhamento permitir partir até uma hora antes da hora programada e chegar ao destino com um atraso máximo de duas horas depois do inicialmente estimado, a companhia também fica salvaguardada.
A DGC recorda que estas medidas estão previstas no regulamento comunitário número 261 de 2004, que estabelece regras para indemnização e assistência aos passageiros em caso de cancelamentos de voos.
A reorganização de voos não é considerada uma "situação extraordinária" para o não pagamento de indemnizações pelas companhias aéreas. Os valores previstos variam entre 250 euros para voos até 1.500 quilómetros, 400 euros para voos entre 1.500 e 3.500 quilómetros e 600 euros para distâncias superiores.
Caso a companhia recuse pagar a indemnização, o passageiro deverá apresentar reclamação à Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), desde que o seu voo parta de Portugal.
Apesar de poderem aceder à indemnização, os passageiros que optarem pelo reembolso passam a ser responsáveis por arranjar uma alternativa para chegar ao seu destino.
A Ryanair vai cancelar cerca de 50 voos por dia até ao final de Outubro. Ao todo são mais de dois mil voos, com 315 mil passageiros afectados. A companhia já admitiu "ter feito asneira" na calendarização das férias dos pilotos segundo as novas regras europeias que, para serem cumpridas, obrigam a essa lacuna de profissionais durante seis semanas.
Portugal vai contar com mais de 380 voos cancelados deste total, sendo as ligações a Paris, Londres e Bruxelas, bem como a ponte entre Lisboa e Porto, as mais afectadas. A companhia optou, sobretudo, por concentrar os cancelamentos nos seus aeroportos principais e em rotas onde tem mais do que um voo diário. É aconselhável consultar as listas para confirmar se o código da ligação figura entre as que foram canceladas.