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Novos cancelamentos à vista na Ryanair com recusa dos pilotos

A companhia “low cost” disponibilizou-se a pagar um bónus pelo trabalho dos pilotos em dia de folga, para assim “evitar novos cancelamentos”. Os pilotos, perante anos de más práticas da transportadora, recusam ceder e dizem que vão trabalhar “segundo as regras”.

7 - Ryanair
Bloomberg / Reuters / Getty Images
21 de Setembro de 2017 às 14:52
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Novos cancelamentos podem juntar-se à lista da Ryanair, escreve o The Guardian esta quinta-feira, 21 de Setembro. Isto porque os pilotos da companhia "low cost" estão a rejeitar a proposta de um pagamento extra para trabalharem em dias de folga ou começarem os seus turnos mais cedo.

Assim, os cancelamentos poderão arrastar-se até Novembro. "Gostaríamos de aconselhar que, com efeito imediato, a força de trabalho dos pilotos das bases listadas abaixo rescinda da boa vontade que foi dada à empresa durante muitos anos, incluindo dias úteis e início de trabalho mais cedo. Em suma, devemos agora trabalhar segundo as regras", pode ler-se numa carta a que o jornal britânico teve acesso.


"Trabalhar segundo as regras" implica, por isso mesmo, que os 4.200 pilotos da companhia irlandesa digam não à procura do director de operações Michael Hickey, que acenou com um pagamento extra de 12 mil libras (quase 14 mil euros) por trabalharem em dias de folga e assim "evitar novos cancelamentos".


Na mesma carta, os pilotos reconhecem que a empresa enfrenta uma falta deste tipo de profissionais e que "mesmo que isso seja por um curto período de tempo, o dano de reputação que daí poderá resultar poderá ser extremamente duradouro" ao nível da confiança dos clientes e accionistas.


A Ryanair vai cancelar cerca de 50 voos por dia até ao final de Outubro. Ao todo são mais de dois mil voos, com 315 mil passageiros afectados. A companhia já admitiu "ter feito asneira" na calendarização das férias dos pilotos segundo as novas regras europeias que, para serem cumpridas, obrigam a essa lacuna de profissionais durante seis semanas.


Portugal vai contar com mais de 380 voos cancelados deste total, sendo as ligações a Paris, Londres e Bruxelas, bem como a ponte entre Lisboa e Porto, as mais afectadas. A companhia optou, sobretudo, por concentrar os cancelamentos nos seus aeroportos principais e em rotas onde tem mais do que um voo diário. É aconselhável consultar as listas para confirmar se o código da ligação figura entre as que foram canceladas.


A empresa estimou custos de 20 milhões de euros em compensações. Os analistas ouvidos pela imprensa internacional dizem que poderá não ser suficiente e falam em custos de 35 milhões. Por isso mesmo, começa já a ser questionada a capacidade da companhia em efectivar a compra da italiana Alitalia, por quem tinha demonstrado interesse.


No seu "site", a transportadora dá duas hipóteses aos passageiros afectados: pedir o reembolso do voo cancelado, recebendo o valor no prazo de sete dias, ou alterar gratuitamente as datas dos voos. A única referência a eventuais indemnizações surge numa referência ao regulamento comunitário com o número 261, aprovado em 2004, mas sem indicações concretas de como os clientes devem proceder.

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