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Ryanair acusa CEO da TAP de afirmações "falsas e ridículas"

Michael O'Leary oferece "voo grátis" à CEO da TAP se Ourmières-Widener explicar declarações ao Negócios segundo as quais a economia pode beneficiar de um "não crescimento" das 'low-cost'.

Tiago Petinga/Lusa
12 de Abril de 2022 às 20:14
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O líder da Ryanair acusa a CEO da TAP de estar desligada da economia e da realidade, e oferece-lhe um voo grátis se provar as afirmações, que O’Leary classificou de "falsas" – e que foram feitas em entrevista ao Negócios –, segundo as quais o país pode beneficiar de um cenário em que as presença das ‘low-cost’ não cresça.

Em causa estão as palavras de Christine Ourmières-Widener na edição impressa do Negócios desta terça-feira, na qual disse que o aumento da presença das companhias de baixo custo pode prejudicar o crescimento, motivo pelo qual "claro que não" escolheria uma ‘low-cost’ para ficar com os 18 ‘slots’ que a TAP está obrigada a ceder no aeroporto de Lisboa.

A presidente executiva da transportadora alvo de uma ajuda do Estado - que pode atingir 3,2 mil milhões de euros - entende que nas condições atuais "existe uma limitação da capacidade do aeroporto [de Lisboa]" e que por isso "o país beneficiaria com o aumento do gasto por passageiro", concluindo que "não haver um crescimento das ‘low-cost’ poderá beneficiar a economia".

Os argumentos não convenceram o líder da Ryanair: em comunicado, Michael O’Leary desafia Christine Ourmières-Widener a explicar as alegações "surpreendentes e claramente falsas" de que o aumento das ‘low-cost’ poderia afetar o Produto Interno Bruto.

O responsável irlandês afirma que as baixas tarifas que pratica "estão a impulsionar o rápido crescimento e recuperação pós-covid das viagens aéreas no Porto, Faro, Ponta Delgada e Funchal", e que por isso a CEO deve explicar as afirmações "ridículas".

O líder da transportadora considera que a presidente da TAP "não tem uma noção muito firme da economia ou da realidade" e acusa-a de "acreditar que a economia portuguesa fica melhor ao desperdiçar 3 mil milhões de euros de auxílios estatais numa TAP deficitária e de preços elevados, num custo superior a 300 euros por cada cidadão em Portugal", desafiando-a a explicar essa convicção.

O presidente da operadora ‘low-cost’ diz que a gestora que lidera a TAP há quase um ano "sabe menos sobre economia do que sobre administrar uma companhia aérea lucrativa", e por isso "oferece-lhe um voo gratuito na Ryanair se ela explicar que as tarifas baixas podem prejudicar a economia portuguesa ou Lisboa". E aumenta a parada: se Ourmières-Widener demonstrar "porque é que as altas tarifas [da TAP] e os milhares de milhões de ajudas do Estado são melhores para os portugueses, então vamos dar-lhe voos Ryanair gratuitos durante um ano", ironiza. 
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