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Pedro Nuno Santos: TAP paga a tripulantes 2% a 90% mais que Air France, British Airways e Iberia
Para o ministro das Infraestruturas, "devemos ambicionar que os nossos trabalhadores ganhem mais que franceses e ingleses" e não só na aviação”. Pedro Nuno Santos diz que não é o plano de reestruturação que está a diminuir a companhia aérea, mas sim a procura.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, frisou esta terça-feira no Parlamento que a TAP enfrenta hoje um problema conjuntural provocado pela pandemia, mas também estrutural para salientar que "não se dá resposta aos problemas da TAP sem olhar para os dois".
Para justificar a falta de competitividade da companhia aérea face aos seus principais concorrentes, Pedro Nuno Santos exemplificou que não "podemos ignorar que a TAP pagava mais 2% a 90% aos tripulantes de cabine nos primeiros anos de trabalho do que empresas como a Air France, British Airways e Iberia, é um facto".
"Devemos ambicionar que os nossos trabalhadores ganhem mais que franceses e ingleses? Devemos, mas estamos longe disso e não é só na aviação", disse.
Para Pedro Nuno Santos, "temos obrigação de neste processo de reestruturação deixar a TAP em condição para poder recuperar emprego".
O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, afirmou esta terça-feira no Parlamento que a TAP voou este ano de 2020 a 28%, para salientar que a companhia "reduz-se não porque há um plano reestruturação mas porque não há mercado".
"A TAP não está a voar", frisou, para acrescentar que "não é o Estado nem o plano de reestruturação que impedem a TAP de ter mais aviões no ar".
"O plano de reestruturação não está a diminuir a TAP, o mercado, a procura, diminuiu a TAP", afirmou ainda Pedro Nuno Santos, salientando que "estamos a redimensionar a companhia para que possa sobreviver".
Questionado sobre os custos de não reduzir o número de trabalhadores e salários na companhia aérea, Pedro Nuno Santos recordou que a expectativa é de uma poupança na massa salarial até 2025 de 1,4 mil milhões de euros. Caso não fossem tomadas essas medidas, apontou, "pelo menos os restantes portugueses teriam de meter mais 1,4 mil milhões na TAP".
Pedro Nuno Santos assegurou ainda que devido à pandemia a propriedade da companhia aérea deixou de ser uma questão.
"Fosse a companhia absolutamente privada ou absolutamente pública, nós estaríamos nesta posição porque não era o privado que pagava", afirmou o ministro, frisando que o privado "nem tinha nem dinheiro nem disponibilidade para meter na TAP".
"A questão não foi se se mantinha pública ou privada, era se se mantinha pública ou fechava", disse ainda.