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Marcelo diz que no caso Alexandra Reis é preciso ouvir primeiro a TAP

Antes de mais é preciso "esclarecer todo" o acordo celebrado entre a TAP e a secretária de Estado Alexandra Reis, afirmou o Presidente da República. Sobre uma eventual demissão, Marcelo diz que, para já, "isso é pôr o carro à frente dos bois".

Presidente sugeriu que os partidos forcem uma “virtual aceitação” do diploma por parte do Governo.
Eduardo Costa/Lusa
27 de Dezembro de 2022 às 13:30
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O Presidente da República defendeu esta terça-feira, 27 de dezembro, que é preciso "esclarecer todo" o acordo celebrado entre a TAP e a secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis para, numa segunda fase, se retirarem ou não consequências.

"Deve-se começar pelo início, ou seja, pelo esclarecimento e, depois, dado o esclarecimento, aí se retirará ou não as consequências daquilo que foi esclarecido", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa durante uma visita a Murça, no distrito de Vila Real, concelho fortemente atingido pelos incêndios no Verão, em mais uma intervenção sobre este tema.

O Chefe de Estado frisou que se os ministros, num pedido conjunto, pedem esclarecimentos, significa que os responsáveis do poder político, a vários níveis, esperam esclarecimentos.

Questionado pelos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa disse que pronunciar-se sobre se Alexandra Reis deve continuar a merecer a confiança do Governo para se manter no cargo antes de perceber a situação seria "por o carro à frente dos bois".

A secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, recebeu uma indemnização no valor de 500 mil euros por sair antecipadamente do cargo de administradora executiva da companhia aérea portuguesa, quando ainda tinha de cumprir funções durante dois anos. Meses depois, foi nomeada pelo Governo para a presidência da Navegação Aérea de Portugal (NAV).

O caso, noticiado no passado sábado pelo Correio da Manhã, mereceu críticas de toda a oposição e levou os ministros das Finanças e das Infraestrutura e Habitação e pedir à administração da TAP "informações sobre o enquadramento jurídico do acordo" celebrado com Alexandra Reis, incluindo a indemnização paga.

Numa declarações escrita enviada à agência Lusa, Alexandra Reis disse que nunca aceitou, e que devolveria "de imediato" caso lhe tivesse sido paga, qualquer quantia que acreditasse não estar no "estrito cumprimento da lei" na sua saída da TAP.

A governante explicou ainda que o acordo de cessação de funções "como administradora das empresas do universo TAP" e a revogação do seu "contrato de trabalho com a TAP S.A., ambas solicitadas pela companhia, bem como a sua comunicação pública, foi acordado entre as equipas jurídicas de ambas as partes, mandatadas para garantirem a adoção das melhores práticas e o estrito cumprimento de todos os preceitos legais".

Contudo, na informação enviada na altura à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a TAP comunicou que tinha sido Alexandra Reis a renunciar ao cargo.

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