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Futuro do A380 volta a estar em risco
O negócio com a Emirates que salvou o A380 afinal corre o risco de não se concretizar.
A 15 de Janeiro deste ano a Airbus reconheceu que o fim do programa de fabrico do A380 era um risco real e que só uma encomenda por parte da Emirates poderia salvar o superjumbo.
A notícia da mega-encomenda por parte da companhia aérea do Dubai confirmou-se poucos dias depois. A Emirates fez a 18 de Janeiro uma encomenda de 20 aeronaves A380 (mais 16 opcionais) à Airbus, que renderá à construtora 16 mil milhões de dólares (cerca de 13,1 mil milhões de euros) e a garantia de que não iria parar a produção do maior avião comercial do mundo nos próximos dez anos.
Dez meses depois, este cenário de que o A380 tinha o futuro assegurado volta a estar em risco. É que, de acordo com a Bloomberg, o negócio entre a Emirates e a Airbus atingiu um impasse devido aos motores que vão equipar as aeronaves A380.
A Rolls Royce Holdings é actualmente a única fabricante de motores para o A380, considerado o maior avião de passageiros do mundo, mas a Emirates está descontente com os equipamentos da companhia britânica.
A Rolls-Royce não tem conseguido cumprir as garantias de desempenho que prometera para os motores que equipam o A380 e a empresa não conseguiu ainda fechar o acordo com a Emirates. O que, segundo a Bloomberg, já adiou para 2020 o prazo de entrega do primeiro aparelho desta mega-encomenda e pode mesmo representar o fim deste negócio entre a companhia aérea e a Airbus.
A Emirates é actualmente a única grande cliente do A380, representando cerca de metade da carteira de encomendas para esta aeronave de voos de longo curso.
Há vários anos que o A380 tem o futuro incerto. Desenhado para responder ao aumento do tráfego nas ligações aéreas dos maiores aeroportos, o aparelho com 550 lugares ficou nas mãos de um restrito lote de companhias aéreas com capacidade financeira e de volume para comprar esta aeronave. A favor da Airbus está o facto de a Emirates ter um elevado número de A380 na sua frota, pelo que o fim do fabrico desta aeroanave representaria uma perda de valor considerável para a companhia aérea.