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CEO da TAP: "Vamos parar de investir"
Antonoaldo Neves diz-se "indignado" com a falta de intervenções no aeroporto Humberto Delgado, garantindo não ter datas a construção do taxiway e de saídas rápidas de pista.
O presidente executivo da TAP, Antonoaldo Neves, sublinhou esta quinta-feira, na apresentação de resultados de 2019, os constrangimentos que continuam a afetar o aeroporto de Lisboa, frisando não haver data para as intervenções que são necessárias construir, como sejam o taxiway e as saídas rápidas de pista. Por isso, disse, a companhia área tomou uma decisão: "vai parar de investir".
"Não estamos dispostos a continuar a investir em aviões e na contratação de pessoal. Estou há dois anos na TAP e não foi feito nada no aeroporto de Lisboa", afirmou o responsável, garantindo estar "indignado".
Segundo Antonoaldo Neves, o investimento no taxiway e nas saídas rápidas é de 50 a 80 milhões de euros, mas o seu impacto no país é de quase 1.000 milhões de euros".
"A TAP pagaria esse investimento", garantiu, considerando que o recuperaria num ano e lembrando que só em indemnizações a passageiros por atrasos provocados pelos constragimentos na Portela a companhia gasta 35 milhões de euros.
O CEO da transportadora salientou que a TAP gastou 500 mil euros por um estudo que identificou iniciativas para uma melhoria da pontualidade até 21 pontos percentuais. Além de melhorias internas, o documento apontou um conjunto de intervenções externas, desde a optimização do espaço aéreo à construção de duas saídas rápidas e um taxiway, assim como a construção de 10 a 15 posições de estacionamento de aeronaves.
Segundo Antonoaldo Neves, a TAP só utilizará em 20% a saída rápida que a ANA está a construir. "Não estamos de acordo com a proposta da ANA e o nosso departamento de ‘safety’ diz que não aconselha a utilização porque achamos que vai haver ponto de conflito no desenho da rede", explicou.
Como acrescentou, a TAP apresentou à gestora dos aeroportos nacionais uma proposta mas "não temos datas nem mais informação".
"A TAP vai parar de crescer. Não estamos disponíveis para continuar a investir", disse ainda o CEO, acrescentando que "estamos a correr risco de perda nos próximos quatro anos". Em seu entender a saída dos militares para Beja "é muito positiva", mas "precisamos que a Portela tenha infraestrutura".