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Avião que transportava equipa da Chapecoense “não tinha combustível”

O avião que se despenhou na passada terça-feira perto de Medellín, na Colômbia, e que transportava a equipa de futebol brasileira Chapecoense, “não tinha combustível no momento do impacto” com o solo, afirmou um dos responsáveis pela investigação.

Reuters
01 de Dezembro de 2016 às 14:48
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O avião da companhia boliviana Lamia que transportava a equipa de futebol da Chapecoense "não tinha combustível no momento do impacto" com o solo, anunciou esta quarta-feira à noite (madrugada em Lisboa) Fredy Bonilla, secretário de segurança da Autoridade de Aeronáutica Civil da Colômbia. Essa é, neste momento, a causa mais provável para a queda do Avro RJ85, que se despenhou a escassos quilómetros da pista do aeroporto de Medellín, num desastre que fez 71 mortos. Seis passageiros sobreviveram.

 

"Depois de inspeccionar todos os destroços no local do acidente, podemos afirmar que a aeronave não tinha combustível no momento do impacto", explicou Fredy Bonilla, citado pelo diário El Tiempo. "Iniciamos um processo de investigação para identificar os motivos pelos quais o avião não tinha combustível", acrescentou.

 

A falta de combustível foi uma das primeiras justificações avançada pelos meios de comunicação colombianos para explicar a queda do avião. Em primeiro lugar, porque o avião não explodiu nem se incendiou quando embateu no solo, numa zona montanhosa no município de La Ceja, a cerca de 30 quilómetros do aeroporto de Medellín, onde planeava aterrar. Por outro lado, as pás do motor estavam intactas, o que indicia que estariam paradas quando bateram no solo.

 

Bonilla lembrou que as normas internacionais de aviação obrigam qualquer aeronave a possuir reservas adicionais de combustível para voar 30 minutos após a aterragem – que lhe permitam, se necessário, aguardar autorização para aterrar ou divergir para outro aeroporto. "Neste caso, lamentavelmente, a aeronave não contava com o combustível regulamentar para essa contingência".

 

O avião em causa, um Avro RJ85, com quatro motores, de fabrico britânico e indicado para voos domésticos e regionais, terá uma autonomia para 2.962 quilómetros, calcula o jornal "El Tiempo". O que é insuficiente para uma viagem de 2.975 quilómetros, entre o aeroporto de Santa Cruz (Bolívia), de onde a aeronave partiu, e o aeroporto José Maria Córdova, em Rio Negro, Medellín.

 

Avião da Lamia foi ultrapassado por outra emergência

 

As comunicações entre os pilotos do Lamia e a torre de controlo, ontem divulgadas, evidenciam que, instantes antes de se despenhar, o piloto estava sem energia devido à falta de combustível, pelo que os motores não estariam em funcionamento. "Menina, Lamia 933 está em falha total, falha eléctrica total, sem combustível", declarou o piloto Miguel Quiroga. O avião que transportava a equipa da Chapecoense tinha, no entanto, à sua frente um Airbus A320 da VivaColombia que também havia declarado uma emergência (por fuga de combustível) e que tinha prioridade para aterrar.



Fredy Bonilla diz que a torre agiu correctamente. "O nosso controlo de tráfego aéreo pediu-lhe que explicasse qual era o problema e autorizou a aproximação à pista. Dois minutos e 40 segundos depois a aeronave declarou emergência, pelo que a torre cancelou o tráfego anterior para que a aeronave tivesse uma aproximação directa e prioritária à pista", explicou.

 

"Aos cinco minutos [o piloto] reporta uma falha eléctrica total e pede vectores, e a torre dá apoio", só que minutos depois "perde-se o sinal de radar" e gora-se a possibilidade de utilizar os vectores (os dados para aproximação à pista). O Lamia esteve alguns minutos a voar em círculos porque não tinha autorização para aterrar – numa altura em que não tinha ainda declarado emergência. Pouco depois, quando já estava a alinhar com a pista, despenhou-se.

Socorristas encontraram 11 pessoas com vida

 

Fredy Bonilla explicou que as equipas de resgate encontraram os destroços depois de terem recebido indicações de camponeses que viviam perto do local do impacto. Foram eles que ouviram os "gritos e pedidos de socorro" dos sobreviventes do desastre. Quando os socorristas chegaram ao avião, encontraram 11 pessoas com vida. "Pouco depois passaram a ser sete", acrescentou. Um dos feridos faleceu no hospital, e agora restam seis sobreviventes. O avião transportava 77 pessoas.

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