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“Articulação com Medina foi total” na demissão da CEO da TAP
João Galamba considera que os governantes têm de “estar sempre disponíveis a tirar consequências políticas”. Mas não entende que exista esse risco na demissão da CEO da TAP.
O ministro das Infraestruturas, João Galamba, garantiu que houve "total" articulação com Fernando Medina na demissão da antiga CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, que já admitiu recorrer para tribunal para contestar a decisão.
Respondendo ao deputado do Chega, André Ventura, que citava um email da chefe de gabinete de João Galamba onde manifestava discordância em relação aos argumentos do Ministério das Finanças e falava sobre a "ausência de comunicação entre as tutelas ser um ponto de fragilidade para o Estado", o governante refutou essa informação.
"O senhor deputado está a ler mal. Não é do João Galamba com Fernando Medina", apontou Galamba, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito à TAP. Essa articulação é entre os gabinetes do meu antecessor e das Finanças aquando da saída de Alexandra Reis", que saiu da companhia aérea com uma rescisão por mútuo acordo com uma indemnização de 500 mil euros, o que vai contra as regras do estatuto do gestor público, como concluiu a Inspeção-Geral de Finanças (IGF). João Galamba referia-se a Pedro Nuno Santos, que substituiu a partir de 4 de janeiro deste ano. "O que existe é uma decisão tomada em estreita articulação" com as Finanças, reforçou.
"As explicações de Eugénia Correia [chefe de gabinete, ouvida ontem] são suficientes. A articulação entre mim e Fernando Medina foi total e absoluta" no que toca à demissão da antiga CEO e do ex-chairman da TAP por justa causa, anunciadas a 6 de março, acrescentou.
Questionado sobre se caso se comprove que a decisão não está juridicamente "blindada", como referiu Medina na altura, e o Estado tiver de pagar uma indemnização a Christine Ourmières-Widener, respondeu: "Os governantes têm de estar sempre disponíveis a tirar consequências políticas, mas não tenho nenhum elemento que justifique acreditar que esse risco se possa materializar".