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Alemanha injeta 9 mil milhões na Lufthansa e fica com 20% do capital
A Lufthansa vai receber uma ajuda estatal de 9 mil milhões de euros e passa a ter o estado alemão como maior acionista.
O Governo alemão e a administração da Lufthansa já selaram o acordo para a ajuda de estado que a companhia aérea alemã vai receber para fazer face às perdas registadas com os efeitos da pandemia da covid-19.
A notícia foi avançada esta manhã pela agência de notícias germânica DPA, que dava conta que o acordo está ainda pendente da aprovação por parte do fundo de resgate de empresas que foi criado pelo Governo alemão, bem como pelo conselho de administração da Lufthansa e pela Comissão Europeia.
Um comunicado emitido esta tarde, citado pela Bloomberg, confirma o acordo e avança com detalhes da operação. A companhia aérea alemã recebe um apoio público de 9 mil milhões de euros, tal como estava previsto, sendo que o Estado alemão fica com até 25% do capital, passando a ser o maior acionista da Lufthansa.
A operação marca um regresso de parte do capital da Lufthansa à esfera pública, 20 anos depois de ter sido concluída a privatização da cotada.
O plano prevê que o Estado alemão fique com 20% do capital da cotada, sendo que esta posição pode subir até aos 25% mais uma ação, caso a Lufthansa seja alvo de uma oferta de aquisição.
As medidas do plano preveem um crédito com garantias de Berlim de 3 mil milhões de euros, a compra de ações no valor de 300 milhões de euros no quadro de um aumento de capital e uma injeção de fundos de 4,7 mil milhões de euros sem direito de voto, precisou a Lufthansa em comunicado, citado pela Lusa.
Pelo empréstimo, a Lufthansa pagará juros que vão de 4% em 2020 e 2021 a 7,5% em 2027. A compra de ações vai ser feita a 2,56 euros cada, o que se situa muito abaixo do preço de mercado e aumenta a possibildiade de no futuro os títulos serem vendidos com lucro para os contribuintes.
O Governo alemão e a companhia área já estavam em negociações há quatro semanas, sendo que a atrasar o acordo estariam os entraves da Comissão Europeia, que tem de aprovar esta ajuda estatal. Entre os pontos mais sensíveis estava o calendário em que o Estado alemão teria de vender a posição que agora vai adquirir.
A administração da empresa alemã pretendia um acordo que não implicasse a interferência do governo na gestão, mas o Estado alemão vai ter poder de veto na estratégia da companhia e nomear dois administradores em sua representação.
Esta é a primeiro resgate de grandes empresas alemãs durante a atual pandemia, sendo que mais deverão acontecer, tendo o governo alemão criado um fundo de 100 mil milhões de euros para capitalizar empresas.
As ações da Lufthansa reagiram em forte alta a esta notícia, registando um ganho de 6,44% para 8,56 euros. A empresa tem um valor de mercado de 4 mil milhões de euros, acumulando em 2020 uma queda de quase 50%.
Com a pandemia a paralisar a aviação aérea em praticamente todo o mundo, são muitas as companhias aéreas que estão a negociar ajudas estatais para sobreviverem. Em Portugal a TAP poderá receber um apoio público acima de mil milhões de euros.
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