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Unidade de fibra da Oi pode ser vendida com uma avaliação próxima de 5 mil milhões de euros
As propostas vinculativas para comprar até 51% do capital total da empresa devem ser recebidas ainda este ano e o leilão de venda deve ocorrer no primeiro trimestre de 2021.
O valor da unidade de fibra da Oi pode chegar até a 30 mil milhões de reais (4,7 mil milhões de euros), disse o presidente da Oi, Rodrigo Abreu.
Segundo o gestor, o preço mínimo de 20 mil milhões de reais (3,1 mil milhões de euros) é "apenas um começo" e foi definido depois da operadora de telecomunicações ter recebido muitas propostas não vinculativas de interessados em adquirir a empresa, afirmou.
As propostas vinculativas para comprar até 51% do capital total da empresa devem ser recebidas ainda este ano e o leilão de venda deve ocorrer no primeiro trimestre de 2021.
"A priori existem caminhos viáveis" para vender a empresa de telefonia móvel da Oi para as unidades locais da Telefónica, Telecom Italia e America Movil e "reestruturar" o setor e, ao mesmo tempo, respeitar as leis anto-concorrência do Brasil, diz o CEO da Oi. Abreu acrescentou que está em curso uma discussão e a proposta vinculativa do fundo Highline pelos ativos de telefonia móvel ainda está na mesa.
A TIM Brasil, a Telefônica Brasil (Vivo) e a Claro apresentaram uma proposta conjunta de 16,5 mil milhões de reais (2,7 mil milhões de euros) pela unidade móvel da Oi,
"Nenhuma decisão foi tomada," afirmou.
Oi obtém crédito de até 12 mil milhões de reais se aprovar plano
Na entrevista à Bloomberg, o presidente Rodrigo Abreu explicou que a Oi pode obter até 12 mil milhões de reais (1,9 mil milhões de euros) em dinheiro novo de acordo com o novo aditivo ao plano de recuperação judicial da empresa divulgado na sexta-feira.
Segundo o gestor, a empresa negociou com todos os tipos de credores para melhorar as probabilidades de aprovação do aditivo na assembleia marcada para 8 de setembro e ao mesmo tempo manter a Oi "viável no médio e longo prazo".
De acordo com Rodrigo Abreu, bancos, agências governamentais e agências de crédito à exportação detentores de cerca de 20 mil milhões de reais (3,1 mil milhões de euros) em dívidas sem garantia podem agora emprestar até 3 mil milhões de reais em dinheiro novo e, com isso, receberiam até 1,5 mil milhões em pagamento antecipado a um preço de 100% do valor facial da dívida antiga e até 7,5 mil milhões de reais da dívida antiga seriam mantidos nos mesmos termos de hoje, também sem haircut. Na proposta anterior do aditivo, toda esta dívida teria pagamentos a partir de 2022 com haircut de 60%.
Segundo o plano, esses credores podem ver o haircut de sua dívida reduzido de 60% para 55% se derem linhas de financiamento à Oi na proporção de dois para um, explicou.
O novo aditivo estipula ainda que a empresa pode tomar empréstimo de 5 mil milhões de reais como antecipação do dinheiro a ser recebido com a venda da sua unidade de ativo móvel por pelo menos 15 mil milhões de reais e de 2 mil milhões de reais como antecipação do dinheiro a ser recebido com a venda de até 51% do capital total da sua unidade InfraCo com um valor total da empresa de pelo menos 20 mil milhões de reais.
O plano aditivo elaborado anteriormente já previa financiamento para Capex (investimento operacional) de 2 mil milhões de reais e esta linha foi mantida, afirmou o CEO.