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Tentativa de golpe de Estado na Pharol abortada

Os pontos que tinham sido propostos por um acionista da Pharol que iria colocar homens de Tanure na administração foram retirados.

DR
22 de Março de 2019 às 19:32
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A assembleia-geral de 29 de março da Pharol já não vai discutir as propostas da High Bridge para destituir alguns dos atuais administradores e colocar homens que têm ligações a Tanure.

Segundo a nova convocatória publicada esta sexta-feira, 22 de março, foram retirados três pontos à ordem de trabalhos. Segundo esse comunicado, tal acontece por "requerimento apresentado pela acionista High Bridge, detentora de 89.551.746 ações, correspondentes a 9,99% do capital social da Pharol, são retirados os pontos 5, 6 e 7 da ordem de trabalhos da assembleia geral anual da sociedade, cuja inclusão havia sido requerida pela mesma acionista".

Os pontos foram vistos como um golpe de estado na Pharol, já que se pedia a destituição dos administradores Maria do Rosário Pinto Correia, Maria Leonor Modesto, Pedro Morais Leitão e Jorge Cardoso (este último representante do Novo Banco). Para os seus lugares propunha-se a nomeação de Denise dos Passos Ramos, que trabalhou em empresas de Tanure, e Carlos Bulhões Pereira, que chegou a ser advogado de Tanure, e de Ronaldo Carvalho da Silva. Inicialmente também tinha proposto a entrada do português João Pisco de Castro, da Visabeira, que, no entanto, pediu que o seu nome fosse retirado, já que fazendo parte do conselho fiscal não poderia acumular com a administração.

O mesmo acionista ainda propôs a redução do número de membros da administração de 11 para nove elementos, o que levaria, ainda, a destituir Bryan Schapira (representante da Adar, empresa que diminuiu a sua posição na Pharol), e de Aristóteles Drummond.

Tal como o Negócios avançou estas ligações a Tanure estavam a ser verificadas, embora o empresário brasileiro negasse ligação direta à High Bridge. Ao Negócios, fonte oficial do investidor brasileiro explicou que "o sr. Tanure tem antigas parcerias, laços de amizade, sucesso em investimentos com a High Bridge, o que não é sinónimo de propriedade". E garantiu que Denise Passos Ramos, Carlos Eduardo Bulhões e Ronaldo Carvalho da Silva – propostos para integrar a administração da Pharol – "não trabalham com o sr. Nelson Tanure", remetendo para os respetivos currículos. 

No entanto, também como o Negócios noticiou esperava-se uma clarificação do caso até à assembleia-geral. Ela veio sob a forma de retirada dos pontos polémicos da assembleia-geral, a que a High Bridge se viu obrigada.

(Notícia atualizada às 19:40 com mais informações)
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