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Preços das telecomunicações estabilizam em julho

Análise mensal da Anacom sobre a evolução dos preços das telecomunicações aponta ainda que os preços da banda larga fixa praticados em Portugal são os quintos mais caros da União Europeia.

Pedro Elias
25 de Agosto de 2022 às 16:06
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Os preços das telecomunicações subiram 1,7% em julho de 2022 face ao período homólogo, divulgou esta quinta-feira a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom). Esta variação, justifica a reguladora, "foi influenciada sobretudo pelo aumento de preços implementados pela MEO, NOS e Vodafone em abril do corrente ano".

Já quando comparado ao mês anterior, os preços, medidos através do respetivo sub-índice do Índice de Preços do Consumidor, mantiveram-se inalterados. "Este crescimento dos preços foi 7,3 pontos percentuais (p.p.) inferior ao verificado pelo IPC", acrescenta ainda a nota.

Nos últimos dozes meses, a taxa de variação média dos preços em Portugal foi de 1,8%, ou seja, 2,9 p.p. abaixo da registada pelo IPC. "Em julho de 2022, esta taxa foi superior à verificada na União Europeia (+1,3 p.p.). Portugal registou a oitava variação de preços mais elevada (20.ª mais baixa) entre os países da UE", aponta a Anacom, acrescentando que o maior aumento de preços ocorreu na Polónia (+5%) enquanto a maior diminuição foi na Bulgária (-4,6%). Em média, os preços das telecomunicações na União Europeia aumentaram 0,5%.

A reguladora das comunicações aponta ainda que, numa perspetiva de longo prazo e em termos acumulados, os preços das telecomunicações cresceram 12,3% desde o final de 2010 enquanto o Índice de Preços do Consumidor cresceu 20,5%. Entre 2015 e 2019 a variação acumulada dos preços chegou mesmo a ultrapassar a variação acumulada do IPC "devido aos ajustamentos de preços efetuados pelos principais prestadores", detalha.

"Uma análise comparativa mais fina, permite constatar que, entre o final de 2009 e julho de 2022, os preços das telecomunicações diminuíram 13,9% na Bulgária, enquanto na Hungria, em Portugal e na Roménia aumentaram 2,1%, 10,3% e 18,9%, respetivamente", adianta ainda a Anacom. Portugal regista a maior subida nos preços neste período, apenas superado por Roménia e Eslováquia (11,7%).

A reguladora aponta ainda que verificaram-se três serviços/ofertas com aumentos de preços e quatro com diminuições. "Em relação ao mês homólogo do ano anterior e por prestador, a MEO aumentou a mensalidade de dois serviços/ofertas e diminuiu a mensalidade de três serviços/ofertas. Por sua vez, a NOS aumentou a mensalidade mínima de um serviço/oferta em relação ao mês homólogo do ano anterior, enquanto a NOWO diminuiu a mensalidade de um serviço/oferta", detalha. 

Banda larga: preços em Portugal são os quintos mais caros

Na análise mensal da evolução dos preços das telecomunicações, a Anacom aponta que os preços da banda larga fixa praticados em Portugal são os quintos mais caros da União Europeia. À frente estão "apenas os preços praticados na Bélgica, Croácia, Grécia e Dinamarca", refere a Anacom, apontando que Portugal integra o grupo "dispendioso" ou "relativamente dispendioso" da Comissão Europeia em todos os perfis de utilização de banda larga fixa considerados e de utilização convergentes.

"Os preços da banda larga fixa isolada (single play) em Portugal encontravam-se entre 40% e 49% acima da média da UE, consoante a velocidade de download considerada. Os desvios eram mais elevados para as velocidades mais altas", detalha. 

Ainda esta quinta-feira, a Associação dos Operadores de Comunicações Eletrónicas (APRITEL), que compilou dados do Eurostat relativos a julho, revelou que os preços dos serviços de internet de banda larga fixa caíram 4,1% em Portugal nos últimos 12 meses, sendo o segundo país onde se registou a maior descida, atrás da Eslovénia.



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