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Portugal Telecom tomba 7% na bolsa de Lisboa arrastada pela queda de 8% da Oi
A Oi fechou a sessão a cair mais de 8% na bolsa de São Paulo. Saída de Zeinal Bava acontece no pior momento possível para a empresa, apontam os analistas que consideram que o novo CEO vai ter um "perfil político e não executivo", afastando assim Amos Genish da GVT.
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A Portugal Telecom está a ser arrastada pela situação da Oi no Brasil. A PT está a tombar 7,13% para 1,51 euros na bolsa de Lisboa na sessão desta quinta-feira, 9 de Outubro.
A performance da companhia portuguesa está a ser influenciada pela Oi - detida em 25% pela PT - que ontem fechou a sessão a perder 8,43% para 1,52 reais na bolsa de São Paulo.
As reacções dos analistas não se fizeram esperar à saída de Zeinal Bava da empresa, considerando que a saída do gestor português aconteceu no pior momento possível para a quarta maior operadora de telecomunicações brasileira.
"Consideramos Zeinal Bava como a pessoa chave por detrás do plano da empresa para melhorar as operações e para aplicar capital mais eficientemente, especialmente com a sua experiência de sucesso na Portugal Telecom", escreveram os analistas da Credit Suisse.
O facto de só ter entrado para a empresa há um ano fez com que as medidas tomadas por si - como a redução dos investimentos anuais e o corte dos custos operacionais - ainda não tivessem surtido efeito, aponta o banco Bradesco. "Todas estas iniciativas foram tomadas nas fases iniciais sem resultados significativos para os resultados da empresa".
Para o substituir no cargo, já foi avançado o nome de Amos Genish, fundador e presidente da GVT. No entanto, esta hipótese parece pouco provável neste momento, segundo uma nota do banco Itau. "A Oi vai procurar por um CEO com um perfil político e não executivo".
A saída de Zeinal Bava deverá acelerar a consolidação do mercado de telecomunicações brasileiro. A questão agora passa por saber se a Oi é comprada pela Tim ou se é a Tim a comprar a Oi.
A operadora Tim - detida pela Telecom Italia - veio ontem a público dizer que, até ao momento, ainda não avançou para a compra da Oi. Mas garante que "está atenta a quaisquer oportunidades" de negócio.
"Agora a única questão passa por saber se é a Oi ou a Tim" que avançam para a compra da outra empresa, aponta a casa de investimento BTIG.
Altamente endividada, a Oi precisa de poder de fogo para avançar para a Tim. Aqui poderá ser crucial a venda da PT Portugal para ter dinheiro para o negócio. O fundo Altice, liderado pelo investidor francês Patrick Drahi, já se mostrou interessado na compra da PT Portugal.
"A venda dos activos portugueses pode ser um catalizador para a consolidação no Brasil, porque pode angariar financiamento para a Oi participar na oferta pela Tim", analisa o Credit Suisse.
Este negócio poderá ser feito a solo ou em trio - com a Oi a ser acompanhada pela Vivo e pela Claro na operação, de forma a dividir os espólios da empresa da Telecom Italia, com o mercado brasileiro a ficar dividido em três grandes players.