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Passos Coelho: "Espero que agora a PT possa ter condições de estabilidade accionista"
Para Pedro Passos Coelho, a PT Portugal deverá agora gozar da estabilidade necessária para poder continuar a operar no mercado, após a conclusão da venda aos franceses da Altice. O primeiro-ministro falou ainda sobre a compra de dívida por parte do BCE.
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"Mesmo uma boa empresa como a PT, que tem uma grande capacidade de desenvolvimento e relevância na economia, precisa de ter um corpo accionista estável e uma liderança garantida pela administração", disse o primeiro-ministro esta sexta-feira, 23 de Janeiro.
"Espero que agora a PT possa finalmente ter condições de estabilidade accionista e de gestão, para poder continuar a prestar bons serviços à economia portuguesa", defende.
As declarações do primeiro-ministro foram feitas durante uma visita à Feira do Fumeiro, em Montalegre, distrito de Vila Real.
Foi na quinta-feira, 22 de Janeiro, que os accionistas da PT SGPS aprovaram a venda da PT Portugal à Altice. A votação foi expressiva: 97,81% dos accionistas presentes na assembleia-geral da PT SGPS, dando luz verde ao negócio.
Com esta aprovação, a brasileira Oi - detida em 39% pela PT SGPS - vendeu a PT Portugal por 7,4 mil milhões de euros aos franceses da Altice.
Para financiar a operação, a companhia francesa - que já detém a Cabovisão e a Oni - está no mercado a emitir dívida e a contrair empréstimos no valor de 5,2 mil milhões de euros, avança a Bloomberg.
O primeiro-ministro também abordou a aprovação do programa de compra de dívida pública e privada pelo Banco Central Europeu (BCE) no valor de um bilião de euros.
"Esta é uma intervenção que se aguardava, porque a Europa está a correr riscos de deflação", afirmou.
António Costa criticou ontem o Governo de Pedro Passos Coelho, por ter anteriormente criticado a possibilidade do BCE. "O primeiro-ministro foi sempre um adversário desta medida e contrário à mudança de orientação da política europeia", afirmou o líder do PS.
Questionado pelos jornalistas sobre as declarações do líder do maior partido da oposição, Passos Coelho rejeitou as críticas e disse que o "BCE não está a financiar estados, está a financiar os bancos e a economia".
"O BCE não alterou o seu mandato nem o seu objectivo de política monetária", declarou.