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Há 470 mil casas em Portugal onde a internet não chega

Número de habitações sem internet de alta velocidade é superior ao inicialmente avançado. A Autoridade Nacional das Comunicações lançou esta quinta-feira uma segunda consulta pública, que permitirá perceber se informação já contempla todas as casas e localidades.

Pedro Elias
27 de Outubro de 2022 às 13:05
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O número de habitações portuguesas onde não há internet de alta velocidade é maior do que o inicialmente pensado. Segundo a Autoridade Nacional das Comunicações, há 450 mil edifícios, o que corresponde a cerca de 470 mil alojamentos, onde a banda larga não chega - as chamadas "áreas brancas".

"No total, foram agora identificadas 36.891 subsecções estatísticas como 'áreas brancas', espalhadas por 2032 freguesias, de 303 concelhos do país", detalha a reguladora das comunicações num documento enviado às redações, onde dá nota do lançamento de uma segunda consulta pública sobre a cobertura de áreas brancas com redes fixas de capacidade muito elevada. 

O valor agora divulgado supera em quase 200 mil o inicialmente avançado na primeira consulta pública em janeiro (286 mil alojamentos).

São consideradas "áreas brancas" aquelas onde não existe, nem se prevê, no horizonte temporal relevante, a instalação de qualquer rede de elevada capacidade, ou existindo apenas uma rede, esta não cobre mais do que 10% dos alojamentos nessa área.

A Anacom detalha que a informação agora divulgada sobre a identificação de zonas sem cobertura de comunicações de alta velocidade "tem uma identificação mais precisa, uma vez que se procedeu a uma nova recolha de informação e a designação das áreas geográficas suportou-se na informação de cobertura com uma granularidade ao nível do endereço (em que a cada endereço corresponde um único edifício".

Se os primeiros dados foram com base nos modelos de cobertura teórica dos operadores, o que pode mostrar que na teoria são cobertos mas depois na realidade as pessoas não conseguem aceder, esta segunda consulta revela o resultado de uma avaliação feita "casa a casa". A consulta pública vai decorrer até ao dia 12 de dezembro de 2022.

A consulta esta quinta-feira lançada pela reguladora servirá para apurar se a informação recolhida nos últimos meses está correta, através do contributo "por parte de todos os intervenientes e interessados, nomeadamente autarquias locais, operadores de rede e prestadores de serviços de comunicações eletrónicas, entidades privadas e públicas, e utilizadores".

A Anacom lançou também em consulta pública o programa do concurso público para instalação, gestão, exploração e manutenção de redes de capacidade muito elevada e o caderno de encargos do concurso público para instalação, gestão, exploração e manutenção de redes de capacidade muito elevada.

O Governo comprometeu-se em maio a assumir o financiamento na implementação de redes de comunicações de alta capacidade e que o concurso público para cobrir as zonas brancas será lançado ainda este ano. Este mês, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, reforçou esse compromisso, dizendo que o "Governo está a preparar tudo para lançar no final do ano o concurso público internacional para a fibra ótica, em todos os territórios em que a Anacom identificou como zonas brancas, ou seja que não têm cobertura de qualidade", declarou.

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