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Analistas antecipam recuperação “robusta” da Nos, mas “resiliência pode ser ofuscada” por novos concorrentes
Os analistas da Bloomberg Intelligence antecipam que, no quarto trimestre, os resultados da Nos demonstrem uma “recuperação robusta” após a pandemia. Ainda assim, notam que a “resiliência” da empresa possa vir a ser ofuscada pela entrada de novos ‘players’ no mercado.
A operadora de telecomunicações Nos vai apresentar os resultados anuais na próxima semana, a 3 de março. Na antevisão feita pelos analistas da Bloomberg Intelligence, é antecipado que "a recuperação robusta da pandemia deverá ter continuado no quarto trimestre".
Nesse sentido, destacando a "resiliência" da companhia, a análise antecipa que os resultados no final do ano deverão dever-se a "um desempenho operacional saudável no mercado estável das telecomunicações" e também devido à recuperação das receitas da área audiovisual, com as vendas de bilhetes de cinema.
A título de exemplo, no terceiro trimestre de 2021, a área de audiovisuais e exibição cinematográfica conferiu à Nos receitas de 19,1 milhões de euros, uma subida homóloga da 71,9%. Na ‘call’ com analistas sobre os resultados, em novembro, a empresa explicou que os meses entre julho e setembro marcaram "uma recuperação forte na área dos cinemas".
Já sobre os resultados antecipados para este quarto trimestre, os analistas da Bloomberg apontam para "um crescimento das receitas que deverá ser provavelmente moderado ou menos favorável na comparação com há um ano". Já sobre as margens, é antecipado um resultado "que poderá ser estável no quarto trimestre comercialmente mais ativo".
Esta análise refere que o "foco estará no ‘outlook’ da companhia", sendo destacadas as entradas no mercado de redes móveis como uma "preocupação". Os resultados de 2021 não vão ter presença de novos concorrentes, nota a Bloomberg, que antecipa um consenso de expectativas "de 3,7% para as receitas e 3,8% para o crescimento do EBITDA".
A conclusão do leilão do 5G, no ano passado, trouxe mais concorrentes para o mercado português: a Nowo e a DixiRobil, do grupo Digi, enquanto operadores móveis retalhistas. Já nessa ‘call’ com analistas a empresa referiu estar "a levar muito a sério" a entrada de novos concorrentes no mercado nacional.
"No entanto, a visão a médio prazo é ofuscada pelas ameaças crescentes, que sublinham a necessidade de M&A [fusões e aquisições], que já tinha sido verbalizada pela Vodafone". Neste ponto, a unidade de análise da Bloomberg refere-se às declarações feitas pelo CEO do grupo Vodafone, que na apresentação de resultados da companhia, indicou que a empresa está atenta a oportunidades em alguns mercados. Nick Read afirmou que a empresa está atenta a possíveis fusões em alguns mercados europeus, como o Reino Unido, Espanha, Itália e também Portugal.