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Nos está “levar muito a sério” entrada de novos concorrentes em Portugal

A operadora de telecomunicações mostra-se satisfeita com a conclusão do leilão 5G, terminado na semana passada. Perante a entrada de mais concorrentes no mercado português, a Nos indica estar a “levar muito a sério” a questão.

Nos está bem protegida contra a crise
04 de Novembro de 2021 às 15:03
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A Nos indica estar "muito satisfeita" com o resultado do leilão para as licenças do 5G, a quinta geração de redes móveis, em Portugal. Numa "call" com analistas, após a apresentação de resultados do terceiro trimestre, a operadora liderada por Miguel Almeida refere que "adquiriu todo o espectro" que acredita "ser necessário para atingir a ambição" de liderar no 5G em Portugal. Ainda assim, a operadora reconhece que tal "não é suficiente para liderar" por si só, "mas que ajuda muito".

A conclusão do leilão 5G traz mais concorrentes para o mercado português: a Nowo e a DixiRobil, do grupo Digi, enquanto operadores móveis retalhistas e um operador móvel grossista, a Dense Air. Apesar de a Nowo já estar presente no mercado das comunicações móveis em Portugal, não tinha redes próprias, utilizando a rede de outros operadores. João Cadete de Matos, que lidera a Anacom, o regulador das comunicações em Portugal, indicou que a entrada de mais operadores em Portugal é "um passo histórico". As declarações foram feitas na semana passada, na conferência de imprensa da Anacom sobre a conclusão do leilão 5G.

É que, na ótica da Anacom, a chegada de mais concorrentes ao mercado nacional permitirá baixar os preços das telecomunicações. O responsável da Anacom apontou que em Portugal existe "um oligopólio", referindo que o país precisa de "reduzir os preços das comunicações, que tiveram nos últimos anos uma trajetória divergente da União Europeia"

Questionada nesta "call" com analistas sobre a entrada de novos "players" em Portugal, a Nos indica que está "obviamente a levar muito a sério" o tema. No que diz respeito aos novos entrantes, explica, a operadora indica que "é algo que já sabe há cerca de um ano, mas que se tornou público agora".

A operadora salienta que é necessário conhecer as características do mercado, notando diferenças entre Portugal e outros mercados vizinhos, como é o caso de Espanha. A Nos garante estar a "preparar-se", notando que "ainda levará alguns meses" até concorrentes como a DixiRobil, do grupo Digi, entrarem efetivamente no mercado.

O leilão do 5G, que esteve envolto em polémica, chegou ao fim com um valor final de receita de 566,802 milhões de euros, o equivalente a 0,26% do PIB. A Nos venceu 15 dos 58 lotes que foram a licitação, tendo investido um montante total de 165 milhões de euros, o montante mais elevado entre os participantes.

Operadora fala em "oportunidades" no mercado B2B
Nesta "call", a empresa salienta que a visão que tem para o 5G estará mais ligada primeira ao mercado B2B ("business to business"). "A nossa visão é a de que o 5G estará ligado a novos serviços e mais oportunidades, começando no [mercado] B2B e no futuro B2C", referindo-se à vertente de relação com o consumidor final.

A empresa acredita que as oportunidades passarão numa primeira instância "mais sobre monetizar essas oportunidades".

Neste trimestre, a empresa já fez alguns anúncios ligados ao 5G, nomeadamente no Porto de Matosinhos, onde drones com este tipo de ligação ajudarão nas manobras, ou ainda a primeira escola com 5G em Portugal, a Secundária João Gonçalves Zarco, também em Matosinhos.
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