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Altice volta a acusar Anacom de calendário "irreal e impossível de cumprir" para o 5G
A altice Portugal volta a mostrar divergências com o regulador das telecomunicações, a Anacom. O calendário que prepara o lançamento da rede 5G é considerado irrealista pela operadora.
A Altice Portugal considera que o calendário, decidido pela Anacom, e onde constam os prazos para a migração de rede necessária à transição para o 5G é "irreal e impossível de cumprir", acusou a operadora no mesmo comunicado onde dá conta de ter devolvido ao regulador o planeamento detalhado de migração da rede "com a data de alteração de cada estação emissora".
De acordo com a operadora de telecomunicações, no calendário avançado para a libertação da faixa dos 700 MHz, "a Anacom não atendeu sequer aos prazos de entrega dos equipamentos necessários" e acaba por desconsiderar "a necessidade de realização de uma série de atividades de implementação técnica previstas para execução em período anterior ao rollout".
Já no final de outubro, a Altice dirigiu acusações semelhantes ao regulador, ao qual apontou um "irrealismo absolutamente assustador". A operadora considerou na altura, referindo-se a declarações do presidente da Anacom, João Cadete de Matos, que "é impensável que alguém com a responsabilidade de regulação neste setor venha a público garantir o que é impossível de garantir, demonstrando um desconhecimento absoluto das áreas em apreço".
Desta forma, a Altice sugeriu mesmo que "não estão reunidas as condições previstas" nos estatutos da Anacom para a continuidade do atual conselho de administração da Anacom e pediu a "dissolução" deste conselho.
Recentemente, Cadete de Matos refutou "totalmente" que Portugal esteja atrasado na implementação do 5G como os operadores, e o Governo, têm defendido. E falou até em incoerências no discurso das operadoras. "O calendário da Anacom foi precedido de uma consulta a todos os operadores no ano passado. Nessa consulta, todos defenderam que não havia modelo de negócio para o 5G antes de 2022".