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Altice vai responder às preocupações da Concorrência na compra da Media Capital
A dona da Meo diz que a compra da Media Capital é "relevante para a subsistência do sector dos media", bem como para o futuro da Media Capital.
A Altice reagiu esta tarde à notícia avançada pelo Negócios de que a Autoridade da Concorrência tem "sérias dúvidas" sobre a compra Media Capital.
Numa nota enviada à imprensa, a empresa que em Portugal controla a Meo diz que tem "total confiança na Autoridade da Concorrência (AdC) e no seu processo de decisão", considerando que "as preocupações vertidas na notícia não constituem novidade e são usuais em processos anteriores noutros mercados, tendo a Altice respondido sempre positivamente às mesmas".
O Negócios teve acesso à decisão preliminar da passagem da operação de compra a investigação aprofundada, sendo que no documento o regulador considera que a operação "suscita sérias dúvidas" no que toca "à sua compatibilidade com o critério estabelecido no n.º 3 do artigo 41.º da Lei da Concorrência" – ou seja, pode ser susceptível de criar entraves significativos à concorrência efectiva no mercado nacional, ou numa parte substancial deste.
Na nota emitida esta tarde, a Altice afirma que "colaborará com a AdC na resposta às suas preocupações, tendo em vista a boa conclusão do processo decisório sobre a transacção".
Acrescenta que este negócios "é relevante para a subsistência do sector dos media e, logo, do futuro da Media Capital, num ambiente de mudança acelerado em que vivem os media e os consumidores".
A recusa na disponibilização dos canais da Media Capital e o aumento dos preços pela transmissão do canal de Queluz a outras operadoras são algumas das ameaças apontadas pela AdC. Aliás, segundo a instituição liderada por Margarida Matos Rosa, "existem indícios de que a entidade resultante da operação de concentração terá a capacidade e, provavelmente, o incentivo, para implementar uma estratégia de encerramento dos mercados retalhistas de televisão por subscrição e ‘multiple play’". E aponta que esta estratégia "pode ser implementada através da recusa de fornecimento dos canais TVI", ou "através do aumento dos preços de venda desses canais a um ou mais dos concorrentes da Altice/Grupo Media Capital nos mercados retalhistas".