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Facebook admite ferramenta de censura para entrar na China
A rede social de Mark Zuckerberg está a desenvolver um programa com a China no horizonte. O mesmo bloqueará determinados conteúdos e evitará que sejam sequer publicados em determinados países.
O Facebook está a preparar uma nova funcionalidade que deverá permitir a sua entrada na China, onde o serviço se encontra bloqueado. A rede social está a desenvolver um programa para evitar que determinadas publicações surjam nos murais de áreas geográficas definidas.
Se já havia restrições de conteúdos aplicáveis em países como a Rússia ou a Turquia, com estes removidos depois de serem publicados, a novidade chinesa vai mais longe: as publicações não chegarão sequer a ser vistas.
A notícia foi avançada esta quarta-feira, 23 de Novembro, pelo The New York Times, que cita trabalhadores da rede social. A publicação concretiza que o Facebook não deverá fazer o controlo directo sobre aquilo que será publicado ou não, passando esse trabalho de monitorização para um parceiro chinês.
Mark Zuckerberg nunca escondeu o desejo de entrar na China, um mercado potencial de 1.400 milhões de utilizadores. Para isso, tem cultivado as relações com os líderes chineses, concretamente com o presidente Xi Jinping, e até aprendeu mandarim.
O tema está longe de ser consensual dentro da empresa norte-americana, onde um dos objectivos com a rede social é o de promover um "mundo mais aberto".
A nova funcionalidade poderá acentuar ainda a polémica sobre o controlo de informação no Facebook, levantada com a disseminação de notícias falsas durante a corrida eleitoral, que elegeu Donald Trump como o próximo presidente dos Estados Unidos da América.