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Twitter suspendeu algumas contas associadas ao movimento extremista alt-right

O Twitter suspendeu algumas contas associadas ao movimento alt-right, nomeadamente a de Richard Spencer, tido como líder deste movimento. Este movimento tem influências racistas, de supremacia branca e anti-semitismo.

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O Twitter suspendeu algumas contas associadas ao movimento extremista alt-right [direita alternativa]. Entre as contas que foram suspensas está a de Richard Spencer – tido como líder deste movimento -, Pax Dickinson, Ricky Vaughn e John Rivers, de acordo com a Bloomberg, que cita o jornal norte-americano USA Today. Além disso, a conta do National Policy Institute, que é presidido por Spencer, e da revista Radix Journal, liderada igualmente por Spencer, foram também suspensas.

 

A porta-voz do Twitter, num comunicado por email e citado pela Bloomberg, salienta "que as regras do Twitter proíbem as ameaças violentas, assédio, condutas que levem ao ódio" e abusos. Sendo que a rede social "vai tomar acções em relação às contas que violem estas políticas".

 

O Twitter lançou uma ferramenta que filtra palavras-chaves que visa travar o assédio. Com esta ferramenta, os utilizadores podem não ver certas palavras, tais como ofensas raciais e linguagem grosseira. Os utilizadores podem ainda bloquear uma conversa na totalidade. E também reportar uma "conduta de ódio".

 

As redes socias foram alvo de escrutínio durante a última campanha eleitoral para as presidenciais norte-americanas. A Google está a trabalhar numa forma de impedir que sites de informação não-fidedigna usem a rede AdSense, revelou à Reuters. Já o Facebook actualizou as suas políticas de publicidade, especificando a proibição de partilha de notícias falsas.

 

As duas empresas estão a ser pressionadas, no rescaldo das eleições norte-americanas, pelo papel que desempenharam ao disseminarem informações falsas, que muita gente que discorda da vitória de Donald Trump diz terem contribuído para a vitória do candidato republicano.

 

Em resposta, Mark Zuckerberg, director executivo do Facebook, afirmou recentemente que a sua rede social não teve qualquer papel de influência nas eleições. O site apenas intercederá em termos de política de publicidade. "Não integramos nem mostramos publicidade em aplicações ou sites que contenham conteúdo que é ilegal ou enganoso, o que inclui notícias falsas", afirma o Facebook em comunicado citado pela Reuters.

 

De acordo com o Wall Street Journal, um porta-voz do Facebook afirmou que a empresa vai banir do serviço Facebook Audience Network páginas que emitam notícias falsas.

 

O que é a alt-right?

 

Esta é uma pergunta a que a maioria dos Americanos não consegue responder. Uma sondagem da YouGov concluía que 53% dos americanos nunca ouviram falar da alt-right e apenas 5% estão "muito familiarizados" com ela. Não é fácil definir a espinha dorsal ideológica do movimento, mas Richard Spencer, o nacionalista responsável por cunhar o termo alt-right, descreveu-a como uma "ideologia em torno de identidade, identidade europeia". O mesmo Spencer comparou a imigração a uma guerra "e talvez o último reduto para o Americano Branco, que está a atravessar o doloroso reconhecimento de que, a não ser que algo dramático seja feito, os seus netos viverão num país estranho e hostil".

 

A alt-right vive essencialmente online. Tem influências racistas, de supremacia branca e anti-semitismo misturado com anti-feminismo e populismo, por entre brincadeiras e memes. Para além do Breitbart (uma rede de notícias fundado em 2007), o financeiro Zero Hedge, onde todos os autores assinam como o pseudónimo Tyler Durden (personagem central do filme "Fight Club"), é uma das suas principais casas.

 

O Breitbart tornou-se no clarim desta direita radical. O site ideal para se informarem sem que as suas ideias pré-concebidas sejam colocadas em causa. O próprio Steve Bannon assumiu que o Breitbart é a plataforma da alt-right. Na noite das eleições teve mais "impressões" no Facebook do que a Fox News e a CNN.

 

Se o site foi o mensageiro ideal, a campanha de Donald Trump foi o veículo de poder perfeito que procuravam há anos. Ben Shapiro escrevia em Março que o Breitbart se tinha tornado no "Pravda pessoal de Trump". Desde Agosto que Bannon está à frente da campanha do milionário, sendo-lhe atribuída a responsabilidade por algumas das suas manobras mais agressivas, como a conferência de imprensa com as alegadas vítimas de agressões sexuais por parte de Bill Clinton, minutos antes do segundo debate presidencial.

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