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Shein sob pressão dos investidores para "cortar" avaliação para 30.000 milhões de dólares
Acionistas da gigante de "fast-fashion" consideram ser necessário um ajustamento à avaliação para ajudar a plataforma de comércio online a concretizar a sua Oferta Pública Inicial em Londres, prevista para a primeira metade deste ano.
A gigante chinesa de "fast-fashion" Shein está sob pressão para cortar a sua avaliação para aproximadamente 30.000 milhões de dólares, depois de, no passado, ter chegado a ser avaliada em mais de três vezes mais, revelaram fontes conhecedoras do processo à Bloomberg.
Os acionistas da Shein sugerem ser necessário um ajustamento para ajudar a plataforma de comércio online a concretizar a sua Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla inglesa) no Reino Unido, prevista para a primeira metade deste ano, revelaram as mesmas fontes sob a condição de anonimato à agência de notícias financeira.
A Shein tem-se deparado com uma estrada turbulenta na tentativa de cotar em Londres, com questões que vão desde a sua cadeia de abastecimento até a práticas laborais, num contexto de incerteza ao nível do comércio global desencadeado por tensões políticas. No verão do ano passado, depois das tensões entre Washington e Pequim terem adiado a IPO em Wall Street, a gigante chinesa avançou, de forma confidencial, com a entrega dos documentos necessários à reguladora do mercado acionista britânico.
E, agora, com a chegada de Donald Trump à Casa Branca depara-se com novo desafio, por força do fim das isenções de taxas alfandegárias a pequenas encomendas (até 800 euros) oriundas da República Popular da China pela administração norte-americana, incluído no anúncio de tarifas adicionais de 10% ao país em vigor desde o início da semana passada que, por si só, já terá levado a uma revisão em baixa do valor de avaliação. Segundo a Reuters, a avaliação da empresa para uma oferta pública inicial terá caído para 50 mil milhões de dólares (48,3 mil milhões de euros ao câmbio atual), representando menos 25% da avaliação estabelecida na angariação de financiamento da empresa em 2023.
Fundada na China, mas agora com sede em Singapura, a Shein tornou-se uma das startups mais valiosas do mundo grandes à sua moda "low-cost" que movimenta elevados volumes. Entre os investidores figuram a IDG Capital, Mubadala Investment, Tiger Global Management and HongShan Capital, anteriormente conhecida como Sequoia Capital China.
A Shein foi avaliada em 66.000 milhões de dólares numa ronda de financiamento em 2023 depois de um máximo de 100.000 milhões em 2022, segundo os documentos entregues em junho para a IPO em Londres.