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Robôs podem ajudar a desactivar a bomba-relógio demográfica

O Japão e a Alemanha podem estar diante de uma bomba-relógio demográfica em que as populações cada vez mais velhas começam a ter impacto e a pressionar o crescimento económico. O positivo é que estes países também estão entre os principais candidatos às revoluções robóticas.

Reuters
04 de Junho de 2017 às 11:00
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A ampliação da automação e o uso maior de tecnologia robótica nessas potências industriais podem ajudar a amortecer o impacto, segundo a Moody’s Investors Service.

 

"Considerando que os robôs podem executar actividades que exigem mão-de-obra, eles compensarão o impacto negativo que a expansão mais lenta da força de trabalho provocaria sobre o crescimento", consideram os analistas da Moody’s num relatório publicado em Maio.

 

A projecção é de que os coeficientes de dependência - a proporção de pessoas com mais de 65 anos na população total - deverão disparar na Alemanha e no Japão. Mas estes países têm dois factores a favor. As exportações de produtos manufacturados na Alemanha, a maior economia da Europa, já representam mais de um terço do seu produto interno bruto; no Japão, a fatia é de 12%. E ambos estão entre os primeiros a adoptar robôs.

 

Cerca de três quartos das vendas mundiais de máquinas robóticas industriais estão concentrados em cinco países: China, Japão, Estados Unidos, Coreia do Sul e Alemanha, com a adopção concentrada nos sectores automóvel e de electrónica. Entre estes, os três países asiáticos compraram quase metade dos robôs industriais mundiais desde 2013, liderados pela China, segundo a Moody’s.

 

Numa altura em que alguns políticos exageram a preocupação de que a globalização está a matar o emprego doméstico, a robótica pode levar ao retorno de alguns empregos que foram terceirizados a lugares com custos menores de mão-de-obra. Ainda assim, o número de empregos recuperados será menor em comparação com os perdidos anteriormente, afirma a Moody’s no relatório.

 

Os mercados emergentes podem sair a perder. Países como a Hungria, a República Checa e a Eslováquia, onde as exportações de produtos industriais de alta tecnologia representam mais de 50% do PIB - sendo que entre 16% e 20% do total vão para a Alemanha -, podem estar em risco. Países com baixos salários, como a Índia e a Indonésia, também enfrentariam tempos desafiadores.

 

"Além disso, os processos de fabricação também podem deslocar-se para outros centros de produção melhor equipados para absorver a nova tecnologia e poderão competir na oferta de produtos de alta tecnologia", afirma o relatório. "Em ambos os casos, algumas economias dos mercados emergentes poderão perder participação no mercado de exportações porque a nova tecnologia pode mudar a produção e os padrões de comércio."

Título original em inglês: Robots May Help Defuse Demographic Time Bomb in Germany, Japan

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