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Prejuízos da Uber terão ascendido a 5 mil milhões no trimestre da IPO

Os analistas preveem que a Uber apresente, esta quinta-feira, um prejuízo na ordem dos 5 mil milhões de dólares.

Amr Abdallah Dalsh/Reuters
08 de Agosto de 2019 às 12:43
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A Uber terá somado um prejuízo de 5 mil milhões de dólares (4,5 mil milhões de euros) em apenas três meses, de abril a junho. Este é pelo menos o consenso dos analistas consultados pela Bloomberg.

A Bloomberg Intelligence aponta para que grande parte das perdas – 3,5 mil milhões – esteja relacionada com o processo de entrada em bolsa, com o qual avançou no passado mês de maio. Foi a maior oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) em cinco anos – depois da Alibaba em 2014.

A Uber pretendia levantar até 10 mil milhões de dólares na sua operação de entrada em bolsa, avaliando a plataforma de transporte em cerca de 100 mil milhões de dólares, mas acabou por angariar 8,1 mil milhões de dólares, correspondentes a uma avaliação inicial de 82,4 mil milhões de dólares. A empresa estreou-se em Wall Street a valer 41,57 dólares no final da primeira sessão, 7,62% abaixo dos 45 dólares a que os títulos foram vendidos no IPO.

Esta oferta pública veio cerca de dois meses após a principal rival da Uber nos Estados Unidos, a Lyft, ter avançado com o seu IPO, o qual na altura se destacou como o maior do ano em Wall Street, com um encaixe máximo de 2,1 mil milhões de dólares, que avaliavam a companhia num máximo de 18,5 mil milhões de dólares. 

Os investidores poderão focar-se nas perdas ajustadas, que não incluem impostos, juros nem despesas não recorrentes. Mas mesmo tendo em conta esta medida, as previsões dos analistas apontam para um prejuízo de 979 milhões de dólares.

A apresentação de resultados da plataforma de transporte em veículos descaracterizados está marcada para esta quinta-feira. A Uber terá a tarefa de convencer os investidores de que as largas perdas constituem um episódio esporádico, numa altura em que a perspetiva de que a empresa passe de perdas a lucros parece muito distante. Os investidores estarão atentos, sobretudo, às perspetivas de longo-prazo.

Neste aspeto, a rival Lyft pode ter um efeito tranquilizador entre os investidores da Uber. Isto porque, esta quarta-feira, a empresa reportou perdas e vendas melhores do que o esperado, ao mesmo tempo que melhorou as próprias previsões. Além disto, o relatório apontava para um alívio na guerra de preços entre estas duas concorrentes.

Contudo, ainda em termos comparativos, há outros números menos animadores. Os 5 mil milhões superam largamente os custos suportados por Nova Iorque para manter todo o sistema de metro da cidade. As perdas da Uber serão maiores do que a quantia que a Boeing estima precisar para cobrir os custos dos problemas encontrados nos aviões do modelo 737 Max. Os 5 mil milhões superam ainda em mais de 10 vezes qualquer perda apresentada pela gigante tecnológica Amazon, com a qual a Uber partilha o setor.

Na última sessão, os títulos fecharam a cotar nos 39,70 dólares, 12% abaixo do preço da oferta. Atualmente, cerca de 19% das ações da companhia são posições curtas, isto é, apostas na queda. Contudo, os analistas mantêm o otimismo, com 23 a darem a recomendação de compra dos títulos da cotada, 11 a recomendarem"manter" e apenas um que recomenda "vender".

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