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Pentágono pode vencer Uber e Tesla na corrida para autonomia

Esqueça a Uber, a Waymo e a Tesla: o próximo grande nome no campo dos veículos autónomos poderá ser o Pentágono.

BAE Systems
05 de Maio de 2018 às 20:00
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"Teremos veículos autónomos no teatro de operações para o Exército antes de haver carros autónomos nas ruas", afirmou Michael Griffin, subsecretário de Defesa para Pesquisa e Engenharia, perante deputados numa audiência no Capitólio em Abril. "Mas as principais tecnologias serão as mesmas."

 

Para os militares, há muito em jogo. De acordo com Griffin, 52% das vítimas em zonas de combate podem ser atribuídas ao pessoal militar que realiza a entrega de alimentos, de combustível e outras tarefas logísticas. Nestas actividades, substituir os seres humanos por sistemas baseados em inteligência artificial poderá reduzir significativamente o número de mortos e feridos, acrescentou o responsável.

 

"Fica-se numa posição muito vulnerável quando se faz este tipo de actividade", disse Griffin. "Se isto puder ser feito por um veículo automatizado e não tripulado, com um algoritmo de direcção de IA relativamente simples, sem que seja necessário haver preocupação com pedestres, sinais de trânsito e tudo o mais, porque não fazê-lo?"

 

Empresas de tecnologia e de automóveis, como a unidade Waymo, da Alphabet, e a General Motors, estão a correr para desenvolver veículos autónomos com o objectivo de implementar frotas de transporte. A Uber Technologies introduziu, com carácter experimental, caminhões autónomos em alguns sítios nos EUA. A Waymo tem trabalhado nesta tecnologia há mais de uma década, e a maioria das outras empresas encontrou obstáculos significativos, evidenciados pela morte de um peão que foi atropelado por um SUV autónomo de teste da Uber, em Março.

 

Além do desafio técnico de criar um carro capaz de circular com segurança pelas ruas caóticas de uma cidade, os responsáveis por desenvolver veículos autónomos civis precisam de lidar com um ambiente legal e regulatório ainda em evolução. Os veículos de passageiros devem obedecer a uma série de requisitos de segurança de veículos que regem tudo, dos sinais de direcção aos sistemas de travagem, e muitos destes requisitos pressupõem que os motoristas são seres humanos.

 

Mas os veículos autónomos militares não vão escapar das regulamentações só porque vão ser dirigidos em campos de batalha, de acordo com Karlyn Stanley, advogada da RAND.

 

"A estrutura regulatória nos EUA e nos países onde os EUA poderão enviar tropas são muito diferentes", disse Stanley. "O modo como os veículos autónomos serão regulamentados em termos de segurança, segurança cibernética, privacidade e responsabilidade será um problema crítico" que o Pentágono também vai precisar de abordar, acrescentou a mesma responsável.

 

Críticas

Milhares de funcionários da Google, que pertence à Alphabet, exigiram recentemente o fim dos acordos que permitiram que os militares usassem a tecnologia de inteligência artificial da empresa. O secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, visitou a sede da Google em Mountain View, na Califórnia, no ano passado para discutir com os executivos as melhores maneiras de usar a inteligência artificial, computação em nuvem e segurança cibernética para o Pentágono.

 

Entre as preocupações dos críticos está o potencial desenvolvimento de armas autónomas que tomem decisões próprias de vida ou morte. Ash Carter, que foi secretário de Defesa dos EUA no governo do ex-presidente Barack Obama, disse a uma plateia de Silicon Valley que "em relação ao uso de força letal, haverá sempre - pelo menos nos EUA - um ser humano envolvido na tomada de decisões".

(Texto original: The Pentagon Could Get Self-Driving Vehicles First)

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