Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Para o fundador da Siri, a aposta deve ser nos grandes problemas

Adam Cheyer defende que os empreendedores devem procurar "algo ambicioso o suficiente para que falhar seja uma possibilidade" real. Pois, caso contrário, "os objectivos são muito baixos".

Pedro Elias/Negócios
24 de Março de 2014 às 20:49
  • 1
  • ...

A possibilidade de falhar não é algo que preocupe muito Adam Cheyer, co-fundador da Siri . Em entrevista ao Negócios, aquando de uma passagem por Lisboa, o norte-americano sustentou que encara todos os problemas com a possibilidade de poder " falhar, mas vou fazer o meu melhor, vou trabalhar o mais arduamente possível e veremos como corre".

Além disso, Cheyer defende que os empreendedores devem procurar "algo ambicioso o suficiente para que falhar seja uma possibilidade bastante viável". "E para uma start-up, fazer algo que é muito simples [não compensa]. Uma empresa grande consegue fazê-lo melhor, tem mais recursos, mais PhD [doutorados], mais dinheiro e mais clientes. Por isso, têm de escolher um objectivo que ninguém pensa que será possível [atingir]", acrescentou.

Questionado sobre se identifica alguns erros que tenha cometido no desenvolvimento do Siri, Cheyer sustenta que "fizemos um bom trabalho". "Demorou um bocadinho mais do que o que tinha pensado mas acho que tivemos uma experiência única", afirmou, sinalizando ainda que isso "não foi verdadeiramente um erro".

Na entrevista, Cheyer revelou que "a minha primeira versão do Siri começou em 1993". Contudo, apenas quando a Apple lançou o iPhone, em 2007, "soubemos que era o tempo certo" para desenvolver a aplicação. Por essa altura, "quando decidimos fazer uma start-up, tornou-se real, difícil e interessante. O primeiro desafio foi convencer as pessoas, em especial os [fundos] de capital de risco, que precisavam de algo como isto", acrescenta.

Fazer o que se gosta e visualizar

"Escolher ideias pelas quais sejam apaixonados", pois o seu desenvolvimento pode demorar mais do que esperam. Esta é um dos lemas de Adam Cheyer. "Comecei o Siri em 1993, há mais de 20 anos. Não foi um sucesso imediato, tem de se trabalhar e esperar pela altura certa. Se tivesse começado o Siri mais cedo, teria falhado", conta. Por outro lado, o norte-americano defende que "também é importante visualizar o que é significa o sucesso".

 
"Demorou mais, mas tivemos uma experiência única"

Que erros cometeram quando a Siri era uma 'start-up'?

Fizemos um bom trabalho. Demorou um bocadinho mais do que o que tinha pensado mas tivemos uma experiência única. Não foi verdadeiramente um erro, mas demorou mais e foi um bocadinho mais difícil do que tínhamos pensado.

 

Receou falhar?

Não me preocupo muito com isso. Encaro todos os problemas com "posso falhar mas vou fazer o meu melhor, vou trabalhar o mais arduamente possível e veremos como corre. Se falharmos, falhamos". Devemos [procurar] algo ambicioso o suficiente para que o falhanço seja uma possibilidade bastante viável porque senão os objectivos são muito baixos. E para uma 'start-up', fazer algo que é muito simples [não vale a pena], uma empresa grande consegue fazê-lo melhor.

 

Que conselhos pode dar os empreendedores?

Uma lição é escolher ideias pelas quais sejam apaixonados, porque podem demorar mais do que esperam [a desenvolverem-se]. Comecei o Siri em 1993. Por isso, não foi um sucesso imediato, tem de se trabalhar e esperar pela altura certa. Acho que é também importante visualizar o que significa o sucesso. Lembro-me que quando estávamos a começar o Siri entrei numa loja da Apple e nas paredes da loja estavam os ícones do Google, Skype e pensei: um dia a Siri vai estar naquela parede.

 
Da inteligência artificial às start-ups

Adam Cheyer há muito que está ligado às tecnologias e ao empreendedorismo. Talvez seja mais conhecido por ser co-fundador da Siri (expressão em norueguês significa linda mulher que vai levar-te à vitória), uma aplicação que foi vendida, em Abril de 2010, à Apple por 200 milhões de dólares, de acordo com a imprensa internacional.

 

No entanto, Cheyer é também responsável pelo "nascimento" de duas outras start-ups: a Change.org e a Genetic Finance. Além disso, foi também investigador no Standford Research Institute, na área da interacção entre humanos e computadores.

Ao Negócios, Cheyer não quis avançar em que projectos estava actualmente a trabalhar, mas sinalizou que é "uma pessoa da tecnologia".

Ver comentários
Saber mais Adam Cheyer Siri tecnologias de informação
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio