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ONI prevê atingir resultados líquidos positivos em 2005

A ONI, empresa de telecomunicações detida pela EDP, BCP, Brisa e Galp Energia, prevê lucros dentro de dois anos, estimando que os resultados líquidos operacionais deste ano atinjam os três milhões de euros, afirmou o presidente Norton de Matos.

24 de Março de 2003 às 10:19
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A ONI, empresa de telecomunicações detida pela EDP, BCP, Brisa e Galp Energia, prevê lucros dentro de dois anos, estimando que os resultados líquidos operacionais deste ano atinjam os três milhões de euros, afirmou o presidente Pedro Norton de Matos.

Pedro Norton de Matos, em entrevista à agência Reuters, afirmou que, «em 2002, atingimos o nosso objectivo de facturação de 300 milhões de euros e achamos que pode subir para os 350 milhões de euros em 2003. Este ano esperamos atingir um EBITDA (ou «cash flow» operacional) positivo (estimado em três milhões de euros) e dentro de dois anos podemos atingir os lucros».

A Comunitel, em Espanha, no ano passado, representou 40% do volume consolidado das receitas, devendo atingir os 50% em 2003, «e num futuro próximo superar Portugal», segundo a mesma fonte.

O responsável da operadora salientou que o crescimento deste ano irá ser orgânico, afastando a possibilidade de quaisquer aquisições quer no mercado nacional quer em Espanha.

Francisco Sánchez, presidente da EDP, um dos accionistas da operadora, num jantar com colaboradores da ONI, citado pelo «Diário de Notícias», exigiu à empresa alcançar lucros até 2005.

O responsável frisou que é necessário «rigor de gestão e no «cumprimento dos objectivos».

O presidente da ONI, em entrevista ao «Público», afirmou, no âmbito da redução de pessoal, «saíram 400 pessoas da ONI Way, ficaram menos de 600 no total do grupo».

ONI concentra negócios na rede fixa

O presidente da ONI, na entrevista concedida à Reuters, referiu que irá concentrar o negócio da empresa na rede fixa, após o encerramento da operadora móvel ONI Way.

«O impacto do fecho da ONI Way obriga a ONI a fazer uma reestruturação do seu capital e isso está a ser estudado pelos accionistas. Lembro que há várias possibilidades, vários cenários: prestações acessórias, suprimentos ou uma operação harmónio», referiu o mesmo responsável.

Dentro «em breve», a operadora irá lançar serviços de acesso directo em 14 centrais da Portugal Telecom.

Norton de Matos acrescentou ainda, na entrevista concedida ao «Público», que «o desafio do negócio fixo, nos próximos cinco anos, são os serviços de banda larga».

Quanto a uma possível concentração com a Novis, operadora detida pela SonaeCom, Norton de Matos, não afastou de todo a ideia uma vez que «a ONI e a Novis se dedicarem ao mesmo negócio, havendo portanto uma sobreposição e uma redundância significativa entre uma e outra empresa», acrescentando que ainda não está nada a ser negociado, segundo a Reuters.

Liberalização das telecomunicações está aquém das expectativas

Norton de Matos, à Reuters, disse que a «liberalização está muito aquém das expectativas iniciais», reforçando que «a liberalização não está a funcionar, tendo sido uma lentidão brutal».

«O que vamos assistindo é a um cemitério cheio de novos operadores», acrescentou a mesma fonte.

O presidente referiu que, em 2002, a ONI contribuiu com 50 milhões de euros para a facturação do operador incumbente. «No nosso caso, não temos dependência da PT nos (preços) de alto débito e longa distância, cujos preços baixaram, mas dependemos da PT nos de baixo débito. Neste caso beneficiaram os operadores móveis e foram prejudicados os operadores da rede fixa».

O mesmo responsável reforçou que «urge rever as tarifas fixo-móvel. Existe já uma elevada penetração dos móveis pelo que não se justifica que os operadores fixos continuem a subsidiar os móveis. É mais barato telefonar da rede fixa de Espanha para um telemóvel em Portugal, do que da rede fixa em Portugal».

Quando questionado, pelo «Público», sobre a abertura ou venda da rede cabo, para o avanço da liberalização, Norton de Matos disse que «isto não vai lá pela desagregação do lacete local ou pela desagregação do cabo», avançando que «o acesso ao cliente tem de ser garantido».

Por Ana Pereira

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