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Matosinhos vai trocar CO2 por couves e folgas

Pedalar em Matosinhos vai ser mais do que uma atitude amiga do ambiente. A partir de junho, vai ser possível trocar a poupança de CO2 por créditos e estes por produtos no mercado, horas de dispensa no trabalho, e, em breve, descontos em transportes públicos.

Jorge Graça, administrador da Nos, parceira da ZLT de Matosinhos, esteve presente, esta terça-feira, na cerimónia de apresentação do projeto.
02 de Abril de 2019 às 16:13
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Pioneiro a nível mundial, o "WeShare by AYR" é o primeiro projeto da já anunciada Zona Livre Tecnológica (ZLT) de Matosinhos, a primeira em Portugal, e será testado durante dois meses pelos colaboradores do CEiiA (Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto), instalado neste concelho.

O objetivo é que, ao optar pelo uso das bicicletas a ser disponibilizadas, as pessoas sejam recompensadas pela quantidade de emissões de carbono que estarão a poupar. A recompensa será feita em "ayr credits", que podem ser trocados por outros benefícios. "Quantificação, valorização e transação" são as palavras-chave que importa reter, afirma José Rui Felizardo, presidente do CEiiA.

"Não é só a forma como as pessoas se deslocam, é a quantificação das emissões poupadas quando se deslocam e a possibilidade de as mesmas serem valorizadas em forma de ‘ayr credits’, que podem ser transacionados em novos serviços de mobilidade como serviços de ‘sharing’, mais tarde no transporte público, mas também em ações de natureza cultural, social", explica o presidente do centro.

No final de maio, o projeto vai poder ser testado pelos funcionários da Câmara de Matosinhos e disponibilizado a toda a cidade.

O "WeShare by AYR" vai funcionar através de uma aplicação para "smartphones" e, "no futuro, poderá estar ligado a um cartão da Mastercard", adianta José Rui Felizardo.

Para já, há uma centena de bicicletas, mas o número vai crescer até às 500, com o financiamento, vindo do Fundo para a Descarbonização, a estar inserido nos 500 mil euros previsto para o Living Lab, um projeto da autarquia para "testar soluções tecnológicas de baixo carbono, maior eficiência energética e redução das emissões poluentes".

Luísa Salgueiro, presidente da autarquia, acredita que esta transação servirá "para que os funcionários tenham o resultado direto das suas opções de mobilidade", sendo recompensados, por exemplo, "em horas de dispensa de serviços" ou "em produtos biológicos, produzidos pelos nossos agricultores no mercado".

A ZLT, "onde se pretende testar soluções em ambiente real que induzam alteração de comportamentos", foi oficialmente aberta esta terça-feira, 2 de abril, e tem no CEiiA o ponto de partida. Dezenas de trotinetas e bicicletas elétricas conduzidas pelos colaboradores da instituição deram a volta inaugural.

A autarca de Matosinhos sublinhou que este é o primeiro passo para que a cidade parta na linha da frente quando chegar a altura dos testes dos veículos autónomos. "Queremos estar na ‘pole position’ e a legislação há de acompanhar o que vamos fazer", garantiu Luísa Salgueiro.

O secretário de Estado José Mendes, presente na cerimónia, admitiu que o Ministério do Ambiente e da Transição Energética já está "a trabalhar em novos enquadramentos legislativos para testar estes novos veículos autónomos".

De resto, realçou Felizardo, esta primeira ZLT de Portugal trará a Matosinhos "operadores mundiais para testar a sua tecnologia, como a DHL, no âmbito da TDA (Aliança de Descarbonização dos Transportes)".

O projeto "WeShare by AYR" vai ser apresentado no evento Smart Cities, em Nova Iorque, a 13 de maio.

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