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Investidor com mil milhões de dólares em acções do Facebook defende saída de Zuckerberg
A pressão sobre Mark Zuckerberg está a aumentar. O responsável pela gestão dos fundos de pensões de Nova Iorque, que têm um investimento de mil milhões de dólares em acções do Facebook, defende a saída do fundador da empresa da presidência da rede social.
Os fundos de pensões de Nova Iorque são accionistas do Facebook, com uma participação de mil milhões de dólares em acções. O gestor dos fundos, Scott Stringer, defende que Mark Zuckerberg deve renunciar do cargo de CEO, segundo o Business Insider.
O gestor dos fundos de pensões de Nova Iorque pediu ao conselho de administração do Facebook uma revisão da liderança da rede social, depois da polémica em torno do facto de a empresa Cambridge Analytica ter sido capaz de aceder a informação pessoal de mais de 50 milhões de utilizadores da rede social, sem a permissão dos mesmos, e essa informação ter eventualmente ajudado a campanha presidencial de Donald Trump, em 2016.
O gestor do fundo, pediu ao conselho de administração do Facebook para nomear um presidente independente para substituir Mark Zuckerberg, assim como três novos directores com experiência em dados e ética, para ajudar a empresa a lidar com questões de privacidade.
"É a oitava maior empresa do mundo. Tem dois mil milhões de utilizadores. Estão em águas inexploradas e não se comportaram de forma a que as pessoas se sintam bem com o Facebook e seguras com os seus próprios dados na rede social", afirmou Stringer, que acrescenta que esta polémica de fuga de dados dos utilizadores mostrou que existe um "risco para a nossa democracia".
Como "chairman" e CEO do Facebook Mark Zuckerberg tem um grande poder de controlo da rede social. Além disso é dono de um grande número de acções, o que deixa os outros accionistas sem grande margem para influenciarem os destinos da empresa.
Apesar deste apelo, é improvável que o presidente da rede social se demita do cargo. Mas o escândalo da Cambridge Analytica será uma boa oportunidade para os investidores solicitarem mudanças, de acordo com Business Insider.
"Uma das coisas com a qual me sinto muito sortudo é termos esta estrutura na empresa que, no final do dia, é uma empresa controlada. Não nos deixamos levar por caprichos de accionistas de curto prazo. Podemos desenhar estes produtos e tomar decisões com o que será do melhor interesse para a comunidade ao longo do tempo", afirmou Zuckerberg, numa entrevista esta segunda-feira, 2 de Abril, citada pelo Business Insider.
O escândalo relacionado com a Cambridge Analytica tem provocado quedas acentuadas ao Facebook em bolsa, tendo provocado uma queda no valor de mercado na ordem dos 85 mil milhões de dólares. Esta terça-feira, as bolsas dos EUA regressaram aos ganhos, mas o Facebook não acompanha a tendência, recuando 1,98% para 152,312 dólares.