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Huawei desafia sanções dos EUA e atinge forte aumento de receitas
A tecnológica chinesa obteve uma subida homóloga de 24% nas receitas nos primeiros nove meses de 2019, desafiando as sanções aplicadas pela administração de Donald Trump para suster o seu crescimento.
A maior tecnológica da China reportou receitas de 86,1 mil milhões de dólares (cerca de 78 mil milhões de euros) entre janeiro e setembro deste ano, o que equivale a um aumento homólogo de 24%, apoiado pela grande procura de smartphones que subiu 26% no mesmo período.
Os mais de 185 milhões de encomendas de smartphones, o negócio principal da empresa, sustentaram os resultados e ajudaram a cimentar a posição de segunda maior produtora de telemóveis do mundo, apenas atrás da Apple.
A Huawei disse que esperava que as restrições às exportações para os EUA aplicadas pela Casa Branca fizessem as receitas cair cerca de 10 mil milhões de dólares, principalmente devido ao facto de a Google deixar de atualizar o sistema Android e as aplicações, como o Gmail ou o Maps, nos novos smartphones da marca chinesa.
Para superar esse obstáculo, a Huawei tem tentado criar o seu próprio sistema operativo. O novo smartphone da empresa, o Mate 30, para além de suportar rede 5G, tem apenas as funcionalidades do sistema operativo Android, mas já exclui as aplicações.
Os resultados da tecnológica sugerem que as restrições da Casa Branca ainda não começaram a ter impacto no negócio de smartphones. O fundador da Huawei, Ren Zhengfei, alertou todos os trabalhadores da empresa que enfrentavam um momento de "vida ou morte" e precisavam de trabalhar arduamente para arranjar alternativas aos produtos norte-americanos.
Alguns gigantes dos EUA, como a Intel ou a Micron, disseram que teriam de arranjar alternativas à Huawei, o seu maior cliente chinês.
Este divórcio imposto pelos EUA, que estão a tentar bloquear o desenvolvimento do 5G por parte da Huawei, está a ter um efeito contrário. A tecnológica chinesa não só conseguiu deixar para trás a rival Apple, como nenhum dos novos postos de rede de quinta geração instalados pela empresa terão componentes norte-americanos. Em 2020, planeia ter mais de 1,5 milhões de postos.