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Google, Facebook e Amazon depõem nos EUA contra"taxa Google"

O Governo dos Estados Unidos quer ouvir as tecnológicas visadas pela "taxa Google" em França. Depois do período de consulta pública, que se estende até 26 de agosto, os Estados Unidos podem vir a atuar.

Reuters
14 de Agosto de 2019 às 08:30
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As gigantes tecnológicas Google, Facebook e Amazon vão pronunciar-se, numa audição com o Governo norte-americano em relação ao imposto que França impôs recentemente sobre as tecnológicas, o qual ficou conhecido como "taxa Google".

Em julho, o senado francês aprovou uma taxa de 3% que irá incidir sobre as receitas dos serviços digitais, colhidas em França, pelas grandes tecnológicas – isto é, aquelas que amealhem mais de 25 milhões de euros de receitas só no país da torre Eiffel e mais de 759 milhões de euros no negócio a nível global.  

O gabinete do representante do Comércio nos Estados Unidos abriu um inquérito, nesse mesmo mês, acerca deste imposto, o qual considera "não razoável". Até dia 26 de agosto, está aberta a fase de consulta pública. Desta data em diante, Washington pode impor tarifas sobre os bens franceses ou outras restrições comerciais.

Na próxima segunda-feira, 19 de agosto, o vice-presidente do Conselho da Indústria de Tecnologias da Informação, Jennifer McCloskey, o qual representa as gigantes tecnológicas, vai defender perante o governo que o imposto "representa um precedente problemático" e pode "impactar desproporcionalmente empresas sedeadas nos Estados Unidos".

O diretor de política fiscal na amazon, Peter Hiltz, disse num testemunho por escrito que mais de 10.000 negócios de pequena e média dimensão, com sede em França, estão a vender nas lojas online da Amazon e foram notificados que algumas taxas vão aumentar em 3% para as vendas feitas na Amazon francesa, a partir do próximo dia 1 de outubro. A consequência será um aumento do custo dos produtos neste país.

O responsável pela área fiscal na rede social de Mark Zuckerberg, Alan Lee, defendeu que a taxa aplicada em França "impõe dificuldades para o modelo de negócio do Facebook e vai prejudicar o crescimento e a inovação", pelo que poderá implicar um renovado funcionamento. Sublinha ainda que o cálculo do imposto exige mais recursos focados neste assunto.

Da parte da Google, a cara da fiscalidade, Nicholas Bramble, alegou que o imposto francês é "um desvio acentuado das regras fiscais há muito estabelecidas e incide unicamente uma subcategoria de negócios". Bramble acredita que a taxa pode ainda gerar a discussão de que atividade são de facto desenvolvidas em França ou noutras regiões.

No último mês, o presidente Donald Trump já ameaçou impor tarifas sobre o vinho francês na sequência deste imposto. Mas esta ameaça não parece estar a desincentivar, para já, a aplicação de tais medidas: também a Austria, Espanha, Reino Unido e Itália já anunciaram planos para avançar com impostos semelhantes.

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