Notícia
Google acusada de ceder dados pessoais a anunciantes
A gigante tecnológica continua a somar investigações: desta vez entrou no radar do regulador irlandês para a proteção de dados pessoais, depois de ser acusada de partilhar com outras empresas, sem consentimento, informações pessoais dos utilizadores.
A Google estará a utilizar páginas ocultas para recolher dados pessoais dos utilizadores para depois passar essa informação aos anunciantes. Esta é a acusação feita por um rival mais pequeno que chegou às mãos do regulador irlandês para a proteção dos dados.
O regulador está a investigar se a Google usa dados sensíveis como a raça, saúde e orientação política dos utilizadores para adequar aos anúncios. O responsável pelas políticas do browser Brave, Johnny Ryan, alega ter descoberto as páginas ocultas em questão enquanto tentava perceber como é que os seus dados estavam a ser usados no âmbito de uma plataforma de anúncios da Google.
A plataforma, com o nome Authorized Buyers, é a maior base de leilões de anúncios em tempo real, e nela vendem-se espaços para publicidade em vários sites. Em apenas uma hora de utilização da plataforma, Ryan diz que os seus dados pessoais foram captados por seis páginas diferentes e cedidos a oito empresas de publicidade.
Fonte oficial da Google garantiu ao Financial Times que a tecnológica não cede dados sem o consentimento dos utilizadores.
Esta investigação surge pouco tempo depois de o braço da Concorrência da Comissão Europeia, liderado por Margrethe Vestager, ter aberto uma nova investigação sobre a mesma empresa. Desta vez, o escrutínio incide sobre a ferramenta de procura de emprego da gigante tecnológica.
Os braços-de-ferro entre Bruxelas e a Google já deram origem a uma multa de 2,7 mil milhões de dólares, aplicada em 2017. Nos últimos dois anos, a empresa já foi alvo de uma soma de 9,5 mil milhões de dólares em multas decretadas pela União Europeia, acusada de quebrar regras de concorrência.