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Farfetch prepara passo na China com finanças "bastante saudáveis"

A sustentar a visão de que o desempenho financeiro da Farfetch segue saudável, a retalhista online destaca o resultado operacional positivo de cerca de 10 milhões de dólares no último trimestre do ano.

26 de Fevereiro de 2021 às 15:05
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O responsável global pelas Operações (COO) da Farfetch e diretor geral em Portugal, Luís Teixeira, considera que a situação financeira da empresa está de momento "bastante saudável" e assinala que o mercado chinês traz boas perspetivas.

"A situação financeira da empresa está bastante saudável", comenta Luís Teixeira, no rescaldo dos resultados, que foram divulgados esta quinta-feira. A retalhista online de moda de luxo liderada pelo português José Neves reportou perdas anuais de 3,3 mil milhões de dólares contra um prejuízo de 373,6 milhões um ano antes.

A empresa justificou com o impacto não monetário das obrigações convertíveis (convertible notes), que está ligado à valorização das ações, que dispararam 516% em 2020. "A valorização tem de estar refletida nas nossas contas daquele período, ainda que esse dinheiro não tenha saído das nossas contas", explica o COO.

A sustentar a visão de que o desempenho financeiro da Farfetch segue saudável, Luís Teixeira destaca o resultado operacional positivo de cerca de 10 milhões de dólares no último trimestre do ano. A empresa pretende alcançar um EBITDA ajustado positivo no conjunto de 2021, embora no primeiro trimestre isto não deva acontecer.

Paralelamente, a aceleração do crescimento é dada como argumento, com o número de clientes a aumentar em cerca de 2 milhões em 2020. Adicionámos muitos parceiros à plataforma e não perdemos nenhum dos parceiros do top 100" de vendas, assinala Luís Teixeira. No que toca ao dia-a-dia da empresa, afirma que a Farfetch conseguiu manter uma boa experiência para o cliente que se traduziu num custo de aquisição mais baixo, melhorando as margens da empresa, "tudo isto feito apresentando eficiências operacionais muito grandes", já que os custos cresceram a um ritmo inferior ao das receitas.

À porta da China

Outra das metas avançadas pela empresa é a de que a plataforma cresça pelo menos 50% no primeiro trimestre em comparação com o período homólogo, atingido entre Digital Platform 740 milhões e os770 milhões de dólares.

Um marco será a chegada à china pela mão da Alibaba que, em conjunto com a Richmont, investiu 600 milhões de dólares na Farfetch no ano passado. "Estamos agora a começar a parceria, no início de fevereiro já fizemos lançamento suave. A 1 de março vamos lançar em força", afirma Luís Teixeira, realçando as 2400 marcas que disponíveis e expostas a 779 milhões de clientes.

Acerca do eventual desvanecimento do efeito positivo que a pandemia teve nos negócios online, Teixeira defende que "aquilo a que estamos a assistir, embora se calhar acelerada pela pandemia, é mesmo uma mudança de paradigma dos consumidores" e portanto, caso exista uma retração no pós-pandemia, "essa retraçao não vai ser para níveis de pré-pandemia".

Atualmente, apesar de várias indústrias assinalarem que a covid-19 veio complicar as trocas comerciais com a China ao ponto de elevar os preços dadas as dificuldades no transporte, o COO da Farfetch afirma que os mais de 2000 pontos de stock em todo o mundo permitiram à plataforma "ultrapassar esses desafios" e que não têm sentido dificuldade nos circuitos com o gigante asiático, nem com outros territórios.  

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